Biblioteca de Pragas
Verifique abaixo as principais pragas urbanas que podem infestar sua casa ou empresa.
Aranhas
As aranhas habitam praticamente todas as regiões do planeta, incluindo uma espécie aquática. Muitas espécies vivem próximas, e até mesmo dentro de habitações humanas, favorecendo a ocorrência de acidentes. Atualmente são conhecidas cerca de 35 mil espécies em todo o mundo. O veneno produzido por duas glândulas situadas na região das quelíceras pode ser utilizado na captura de presas e como defesa. Poucas espécies podem causar acidentes com envenenamento humano importante. Apenas cerca de 20 a 30 espécies são consideradas perigosas ao homem.
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Araneae
Descrição e biologia
Todas as espécies produzem veneno, que é indispensável para caça e digestão do alimento, assim, são carnívoras, se alimentam de insetos e pequenos invertebrados. Algumas espécies de caranguejeiras da Amazônia são capazes de predar roedores e pequenos pássaros. O corpo é dividido em cefalotórax (ou prossoma) e abdome (ou opistossoma). Na região frontal do cefalotórax existe um par de palpos semelhante às pernas, porém menores com função sensorial e de manipulação do alimento; um par de quelíceras que carregam os ferrões utilizados para inoculação do veneno, quatro pares de pernas e não possui antenas. Podem possuir até oito olhos simples, porém esse número varia de acordo com a espécie.
Ciclo de vida
A reprodução das aranhas é sexuada. Apresentam dimorfismo sexual e presença de bulbo copulador localizado nas extremidades dos pedipalpos nos machos. O acasalamento ocorre com o macho introduzindo o bulbo copulador contendo esperma na abertura genital da fêmea. Após o acasalamento, o conteúdo espermático fica armazenado numa estrutura denominada espermateca. Os ovos são fertilizados no momento da postura e ficam armazenados numa espécie de bolsa elaborada com fios de seda, denominada ooteca. A fêmea permanece junto à ooteca até o momento da eclosão. Em muitas espécies, após a eclosão dos ovos, os filhotes permanecem no dorso da mãe até sofrerem a primeira ecdise. As aranhas sofrem ecdises durante seu desenvolvimento até chegarem à maturidade. Algumas fêmeas de caranguejeiras sofrem ecdise anualmente, mesmo depois de adultas. O tempo de vida varia com a espécie podendo viver meses a anos.
Principais Espécies e Danos Causados
Os danos provocados pelos acidentes com aranhas geralmente não são graves. Os casos mais graves são provocados pelas aranhas marrom em locais como: pilhas de tijolos, telhas, beira de barrancos; nas residências, atrás de móveis, cortinas e eventualmente nas roupas. No Brasil ocorrem quatro tipos principais de aranhas venenosas, classificadas de acordo com o interesse médico. Esses tipos requerem tratamento em forma de soroterapia em casos de acidentes. Há ainda dois tipos que não representam tanto perigo ao homem: as aranhas de teia e as caranguejeiras.
Principais Espécies:
Aranha Caranguejeira – (várias espécies)
Frequentemente temida por causa da aparência e tamanho, muitas vezes chagando a atingir 10 cm de corpo e 30 cm de envergadura. No Brasil não são conhecidas espécies responsáveis por envenenamento humano. As picadas costumam provocar apenas dor de pequena intensidade e de curta duração. Possuem outro mecanismo de defesa, inclusive mais frequentemente utilizado, que consiste em atritar vigorosamente as pernas traseiras no abdome, espalhando uma nuvem de pelos com ação irritante em direção ao inimigo. Os pelos podem causar alergias com manifestações cutâneas ou problemas nas vias respiratórias.
Aranha Armadeira – (Phoneutria nigriventer)
Possui coloração marrom, com pares de manchas ao longo da parte dorsal do abdome e oito olhos em três fileiras: 2:4:2, 4 a 5 cm de corpo, podendo atingir até 12 cm. Vive em bananeiras, sob troncos caídos, bem como próximo e dentro das moradias. É a mais agressiva. Não faz teia e assume posição de defesa quando se sente ameaçada. Seu ataque é feroz, com várias picadas seguidas e injetando veneno em cada uma delas.
Aranha de Jardim ou Tarântula – (Lycosa erythrognatha)
Frequentemente encontrada em todo o Brasil. O corpo chega a 5 cm de envergadura. Possui coloração acinzentada com mancha negra em forma de seta no dorso do abdome. Seu veneno é pouco potente. Possui hábitos diurnos, vivendo muito próximo a residências, em jardins, áreas gramadas, pastos e próximo a piscinas.
Viúva Negra – (Latrodectus curacaviensis)
Conhecida como flamenguinha e aranha de barriga vermelha. Possui coloração preta com faixas vermelhas no abdome. As fêmeas (com cerca de 1cm) são bem menores que os machos. Apresentam oito olhos em duas filas: 4:4. Constroi teias sob vegetação rasteira, arbustos e barrancos e, muitas vezes, pode se encontrar aglomerados dessas aranhas, porém cada uma vive em sua própria teia. Geralmente, seu veneno é extremamente potente. A espécie brasileira não oferece perigo aos seres humanos, tanto que, para este tipo de acidente, não se produz soro no Brasil.
Aranha Marrom – (Loxosceles spp.)
Possui cefalotórax mais achatado. De tamanho pequeno, não ultrapassa 2,5 cm de envergadura. Sua coloração é castanha e apresenta poucos pelos. Seu hábito é noturno e é muito comum dentro de residências, escondendo-se atrás de quadros, móveis e no meio de roupas usadas. Não faz teia, mas forra seu abrigo com um tapete pegajoso de seda. As aranhas marrons são muito conhecidas por serem causadoras dos piores envenenamentos. Seu veneno atinge as células sanguíneas, destruindo tecidos e provocando necrose. Por seu veneno ser anestésico, a pessoa não sente sua picada e procura assistência médica somente quando os sintomas estão mais avançados.
Prevenção
- Manter jardins e quintais limpos;
- Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas;
- Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas; manter a grama sempre bem aparada;
- Vistoriar roupas e calçados antes de vesti-los;
- Utilizar calçados e luvas de raspa de couro para evitar acidentes quando for caminhar ou manusear algo no mato, em entulhos, folhas secas e material de construção.
- Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas que servem de alimento.
Método de Controle
Pode ser feita uma pulverização ao redor da casa, principalmente nos beirais de telhado, depósitos, forros, porões, e outros locais que possam oferecer abrigo, além do tratamento espacial nos jardins. O produto adequado promove sua mortalidade imediata, com efeito residual. Muitas vezes são repelentes. A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Informações Adicionais
Em caso de acidente, procurar atendimento médico e não realizar procedimentos caseiros. O soro é distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde a Hospitais e Postos de Atendimento em todo o país. O Hospital Vital Brasil, no Instituto Butantã, realiza plantão de 24 horas, incluindo finais de semana e feriados.
Aranhas
Baratas
As baratas são consideradas os organismos mais bem sucedidos e adaptados entre todos os animais do mundo. Seus fósseis datam cerca de 300 milhões de anos. Das cerca de 4.000 espécies descritas, menos de 1% são consideradas como pragas urbanas.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Insecta Blattodea
Descrição e biologia
O tamanho das baratas varia entre 3 mm a 10 cm de comprimento dependendo da espécie. Apresentam um corpo oval, achatado dorso-ventralmente, e em geral uma coloração escura. A cabeça é curta, subtriangular, do tipo opistognata, com peças bucais mastigadoras, antenas longas e filiformes, geralmente dois ocelos e estes olhos compostos estão presentes na maioria das espécies, com exceção das espécies cavernícolas. O tórax possui três pares de pernas do tipo cursoriais, e quando presentes, dois pares de asas, Em geral nas espécies sem asas, as fêmeas é que são ápteras. O abdome geralmente apresenta 10 segmentos, contendo os principais órgãos vitais, sendo que há um par de cercos para ambos os sexos, com a função olfativa. Além disso, os machos são menores do que as fêmeas. Gostam de lugares quentes e úmidos, sendo encontradas na: serrapilheira, sob pedras, cascas de arvores, em ninhos de himenópteros e isópteros, no interior das edificações humanas e na rede de esgoto. Há algumas espécies semi-aquáticas e aquáticas e outras que vivem em desertos e cavernas. Apresentam cheiro característico (odor desagradável ao homem), produzido por glândulas situadas no abdome.
Ciclo de vida
Com dimorfismo sexual, os machos são geralmente menores que as fêmeas, e em algumas espécies, suas asas são maiores ou as fêmeas podem não possuir asas. As ninfas diferenciam-se dos adultos por ser menores, possuírem coloração mais clara (esbranquiçada), não possuírem asas e sofrerem ecdises durante seu desenvolvimento. São hemimetábolos (ovo, ninfa e adulto) e na maioria das espécies, os ovos estão contidos em um estojo denominado de ooteca. Esta estrutura, dependendo da espécie, pode variar quanto à forma, tamanho e número de ovos (de 4 a 50 ovos). Dependendo também da espécie, as fêmeas antes de depositar a ooteca em um local, podem carregá-la durante algumas horas ou dias, e em alguns casos, durante toda a fase embrionária, podendo com as mandíbulas auxiliar as ninfas a emergirem dos ovos. A ooteca é depositada geralmente em locais abrigados, como fendas nas paredes das casas, sob pedras e na vegetação, e muitas vezes sendo recobertos com detritos, para manter a umidade e evitar possíveis predadores. A duração do estágio de ovo varia dependendo da espécie e da temperatura.
Principais Espécies e Danos Causados
Por viverem em locais sujos como bueiros, contaminam alimentos, causam doenças como a diarréia e disenteria. Carregam bactérias, vírus, esporos de fungos e podem causar alergias. Além disso, podem ocasionar danos consideráveis em roupas, livros etc., além de impregnar os locais com cheiro desagradável e característico.
Principais Espécies:
Barata de esgoto – (Periplaneta americana) Coloração castanho escura avermelhada, e em sua forma jovem, possui um tom de marrom pálido. Pode ser encontrada dentro de residências, em cozinhas e banheiros e rede de esgoto. Ocorre também em caixas de gordura, reservatórios de água, quadros de energia elétrica e telefonia. Prefere ambientes escuros, com pouca perturbação e ventilação. Esta espécie pode voar distâncias curtas, em especial durante os períodos mais quentes, preferindo temperaturas entre 30-33ºC. A longevidade média dos adultos é de um ano, sendo menor para os machos. O ciclo biológico, do ovo à morte do adulto pode chegar em alguns casos a 3 anos. Mede cerca de 30 mm a 45 mm de comprimento, o período de incubação dos ovos é de 25-40 dias e o período de desenvolvimento das ninfas é de 130-150 dias com 9 a 13 mudas (machos e fêmeas). As fêmeas produzem de 10 a 15 ootecas, cada uma apresentando entre 14 e 28 ovos. Podem Resistir de 2 a 3 meses sem alimento e 1 mês sem água.
Barata alemã, francesinha ou barata de cozinha – (Blatella germanica) Espécie de difícil controle devido seu alto potencial reprodutivo e tolerância a diversos inseticidas. Praga domiciliar, podendo ser encontrada no peridomicilio em noites quentes. Comum em cozinhas e restaurantes, habitam depósitos de alimentos e embalagens, fornos, estufas, geladeiras, coifas, motores elétricos. Pode também ficar sob pias e bancadas. A longevidade média dos adultos é de 9 meses, sendo 4 meses para machos e 6 meses para fêmeas. Mede cerca de 12 a 16 mm de comprimento e possui uma coloração amarelada. Prefere temperatura a cima de 21ºC. As fêmeas carregam as ootecas (4 ao 8) durante quase todo o período de incubação dos ovos e as ninfas completam seu desenvolvimento em uma média de 36 dias. As ootecas possuem maior número de ovos (30-40) e apresentam tempo médio de vida de 300 dias. Os machos são mais finos e com asas menores que o abdome e as fêmeas têm asas maiores, ambas com 2 faixas pretas longitudinais no pronoto. Resistem em média 30 dias sem alimentos e 15 dias sem água, permanecendo escondidas e protegidas até que possam sair em segurança. A presença desta espécie está ligada a problemas com higiene e portanto estão mais próximas ao homem.
Prevenção
- Vedação de frestas;
- Guardar alimentos em recipientes fechados;
- Inspecionar a entrada de materiais;
- Remoção de resíduos de bancadas, masseiras, espremedores, fogões, coifas e outros equipamentos;
- Evitar acúmulo de materiais;
- Manter jardins e canteiros conservados;
- Manter limpo os ambientes
- Colocar telas, grelhas, ralos do tipo “abre-fecha” ou outros métodos que impeçam a entrada desses insetos através de ralos e encanamentos;
- Acondicionar o lixo em sacos plásticos, dentro de recipientes apropriados, limpos e bem fechados;
- Caixas de gordura e esgoto devem ser mantidas bem fechadas e limpas periodicamente;
- Manter bem justas as tampas dos interruptores de luz e saídas de telefone;
- Realizar uma pré seleção de mercadorias que entrem no ambiente.
Métodos de controle
Para a realização do monitoramento e avaliação do nível de infestação do local existem armadilhas à base de cola. Como controle químico, são realizadas as técnicas de pulverização ou micropulverização líquida, polvilhamento, gel inseticida e termonebulização. A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Baratas
Brocas
Conhecidas como brocas de madeiras, as espécies mais importantes que causam danos em móveis são as das famílias Anobiidae, Bostrichidae, Curculionidae e Lyctidae.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleóptera
Descrição e biologia
As brocas são pequenos besouros que se alimentam de madeira. Possuem cabeça arredondada, também podendo ser alongada. A principal característica é o primeiro par de asas modificado em élitros, protegendo o segundo par de asas membranosas, dobradas (quando em repouso). O abdome em geral é totalmente recoberto pelos élitros. O adulto vive fora da madeira, utilizando-a para deposição dos ovos onde as larvas, posteriormente, irão se abrigar e ali se alimentar até atingirem o estágio de pupa. Atingem de 1 a 3 mm.
Ciclo de vida
O desenvolvimento é holometábolo (ovo, larva, pupa e adulto) e reprodução sexuada. As larvas alimentam-se de madeira, formando túneis. Após a cópula, a fêmea geralmente deposita seus ovos na mesma peça de madeira de onde emergiu. As larvas tem ciclo longo (vários meses) e os adultos vivem apenas alguns dias ou semanas.
Principais Espécies e Danos Causados
Os danos causados pelas brocas são menores que os causados pelos cupins, porém também requerem atenção. Apenas as larvas causam danos, pois é nesse período que o inseto se alimenta da madeira, formando verdadeiras galerias. Uma característica que facilita a identificação de uma infestação por brocas é a presença de furos nas peças de madeira, mas principalmente, a presença de um pó ou serragem bem fina, assemelhando-se a um talco, próxima à peça. É importante salientar que a textura desse pó é que diferencia uma infestação causada por brocas de uma infestação causada por cupins de madeira seca.
Principais Familias
Serão descritas as principais famílias das brocas, que constituem duas superfamílias: Bostrichoidea e Curculionoidea.
– Superfamília Bostrichoidea
Família Anobiidae
Conhecidas como brocas falsas, pois não só atacam madeiras, como folhas secas de diversas espécies. A cabeça é dobrada para baixo O corpo tem formato oval. Apresentam coloração castanha escura a preta. Medem de 1 a 9 mm de comprimento. Atacam madeiras duras e macias, diversos produtos manufaturados e podem causar severos danos em livros, roendo goma da capa e abrindo galerias no papel. Depositam seus ovos em fendas ou orifícios existentes na madeira. Dificilmente reinfestam o mesmo local. Causam grande prejuízo por ter um ciclo de vida muito rápido, onde um casal produz 200 ovos em 10 dias e no mesmo local.
– Superfamília Bostrichoidea
Família Bostrichidae
Corpo em formato cilíndrico e tórax mais áspero, antenas em forma de clave e cabeça não destacada do corpo, ou seja, não visível olhando-se o inseto por cima. Sua coloração é castanho escuro. Os adultos medem de 3 a 6 mm de comprimento. Perfuram a madeira para depositar seus ovos e geralmente atacam madeira dura, podendo também atacar madeiras macias, incluindo bambo, vime, etc.
– Superfamília Bostrichoidea
Família Lyctidae
Brocas verdadeiras, alimentam-se e desenvolvem-se de madeiras duras, infestando móveis, pisos, etc. Apresentam coloração marrom e medem de 3 a 5 mm de comprimento. A cabeça é destacada do corpo e o corpo tem formato achatado. Deposita seus ovos nos poros da madeira. Seu principal sinal de infestação é a presença de resíduos de madeira nas saídas dos túneis. Causam grandes danos por reinfestarem o mesmo local.
– Superfamília Curculionoidea
Família Curculionidae
A cabeça prolonga-se em um rostro, de formato mais ou menos alongado, reto e voltado para baixo. São da mesma família do bicudo do algodão. Atacam normalmente grãos armazenados, mas podem atacar madeiras moles.
Prevenção
Para evitar a infestação em móveis é importante proteger a madeira, com aplicação de produtos prontos para uso (liquido ou aerossol), seguindo as instruções dos rótulos. A proteção deverá ser feita em todas as superfícies que não tenham tinta ou verniz (por exemplo: a parte de baixo e de trás dos móveis, gavetas, etc.), assim como as juntas nas madeiras. Geralmente são por estes locais que as brocas penetrarão novamente.
Métodos de controle
Caso o uso de produtos de venda livre não dê resultado ou se a infestação já for grande, pode ser feito injeção e pulverização inseticida específico ou mesmo expurgo. A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Brocas
Caramujos
A espécie Achatina fulica (Família Achatinidae) também chamada de caracol africano, caracol gigante, rainha da África ou acatina, é nativa do leste e nordeste da África e foi introduzido no Brasil por volta de 1988, no Paraná, por criadores de escargot (Helix aspersa). As razões para esse investimento são: a reprodução intensa, crescimento rápido e o fornecimento de mais carne que o escargot verdadeiro. Porém os consumidores não apreciaram o sabor, a textura e o aspecto da carne. Os criadores, sem ter o que fazer com esses caramujos e ainda tendo gastos para manutenção dos mesmos, começaram a descartar esses caramujos de maneira inadequada, soltando-os em rios, matas, terrenos baldios ou mesmo no lixo. O descarte inadequado dos caramujos e suas características reprodutivas e adaptativas foram as causas da inclusão desse molusco na lista de pragas urbanas e agrícolas do Brasil.
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Ordem: Stylommatophora
Descrição e biologia
O caramujo africano possui tamanho extremamente grande, podendo atingir 15 a 20 cm de altura, 10 a 12 cm de comprimento e chegando a pesar 200g. Gosta de locais úmidos e sombreados. Por isso, ao iniciar a busca do caramujo africano em seu quintal, verifique bem os cantos dos muros, as paredes onde não bate muita luz e os lugares em que possa haver acúmulo de galhos, restos de poda, folhas, madeiras, etc. Também são locais muito propícios os restos de construção, entulhos e, em especial, os tijolos furados.
Ciclo de vida
São hermafroditas (possuem os 2 sexos), porém sua reprodução é cruzada, ou seja, precisa de outro caramujo para a reprodução. Atingem a maturidade sexual entre 4 e 5 meses, efetuando 4 posturas por ano e 180 a 600 ovos por postura.
Danos Causados
Esses caramujos são considerados internacionalmente como uma das 100 espécies invasoras mais perigosas e no Brasil, uma das 5 espécies que mais apresentam perigo ao meio ambiente. Podem causar diversos danos, atacando plantações de diversas espécies e plantas ornamentais. Além disso, podem transmitir o verme Angiostrongylus cantonensis. Este verme causa a angiostrongilíase meningoencefálica, que poucas vezes é fatal, porém pode ocasionar sintomas, como dores abdominais, que podem perdurar por vários meses, além de lesões oculares irreversíveis. O contágio do homem ocorre pela ingestão de larvas do verme que ficam no muco produzido pelo caramujo enquanto caminha por verduras, legumes e frutas. Outro problema ocasionado por caramujos é a esquistossomose, doença causada por um verme (trematódeo) denominado Schistosoma mansoni. Neste caso outro gênero de caramujo, Biomphalaria, que vive na água-doce, é hospedeiro intermediário e o verme passa para o homem quando este banha-se em córregos, riachos, valas alargadas, brejos, açudes, represas lagos e lagoas, onde haja pouca correnteza, infestados pelos caramujos contaminados.
Prevenção
Não deixe restos de folhas ou outro tipo de matéria orgânica no jardim. Estes servem de abrigo e mesmo de alimento para as lesmas e caracóis;
Algumas plantas repelem lesmas e caracóis. Plante ao redor do jardim uma ou mais das seguintes plantas: uva, repolho roxo, girassol, gerânio, abóbora, alho ou menta.
Métodos de controle
É praticamente impossível erradicar uma espécie invasora após seu estabelecimento. Assim, deve-se aplicar medidas que reduzam sua população e limite sua proliferação. As medidas existentes para controle do caramujo africano são:
Fazer a coleta dos caramujos e conchas vazias, sempre utilizando luvas descartáveis e nunca tendo contato direto com o animal;
Os animais e conchas coletadas devem ser jogados em valas com 1,5 m de profundidade. Ali, eles devem ser macerados ou incinerados, polvilhados com cal virgem e, posteriormente, enterrados;
Não deixar entulhos e lixo no quintal ou terrenos, visando evitar a proliferação desses animais.
Essas medidas devem ser adotadas constantemente, pois devemos lembrar que esses moluscos reproduzem-se intensamente durante todo o ano. Tem sido veiculada a orientação de se colocar sal grosso no solo, porém essa informação e totalmente equivocada. NÃO se deve colocar sal no solo, pois essa medida provoca a salinização do solo, tornando-o impróprio ao plantio. São utilizadas iscas granuladas para o controle. A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Caramujos
Carrapatos
Esses artrópodes são extremamente numerosos e encontrados nos mais variados habitats. Possuem segmentos fundidos, sem asas e antenas, e números de patas que variam de 3 pares (larva) a 4 pares (adulto). No grupo dos acarinos, encontram-se os carrapatos e os ácaros.
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Acarina
Descrição e biologia
Os carrapatos são ectoparasitas de animais domésticos, silvestres e do homem. Atualmente, são conhecidas cerca de 800 espécies em todo o mundo parasitando mamíferos, aves, répteis ou anfíbios. São considerados importantes por atuarem como vetores de microrganismos patogênicos incluindo bactérias, protozoários e vírus e pelos danos diretos ou indiretos causados em decorrência do seu parasitismo. São classificados em duas Famílias: Ixodidae e Argasidae. Os ixodídeos, frequentemente denominados “carrapatos duros”, apresentam um escudo rígido, quitinoso, que cobre toda a face dorsal do macho adulto. Na larva, ninfa e fêmea adulta, estende-se apenas em uma pequena área, permitindo a dilatação do abdome após a alimentação. Todos os estágios fixam-se em seus hospedeiros por um tempo relativamente longo para alimentar-se. Neste grupo estão incluídos a maioria dos carrapatos de interesse médico-veterinário. Os argasídeos, também conhecidos como “carrapatos moles”, recebem esta denominação porque não possuem escudo. Nesta família estão os carrapatos de aves e os “carrapatos de cão”. A forma do corpo é ovalada e quando em jejum são planos no sentido dorso-ventral, porém após se alimentarem ficam convexos e até esféricos. Encontram-se difundidos por toda a Terra, tanto no campo quanto na cidade, vivendo em touceiras, capim, no chão, entre madeiras, em climas úmidos ou secos. Considerando as necessidades alimentares, todos os carrapatos são hematófagos obrigatoriamente, utilizando hemoglobina dos hospedeiros para garantir sua reprodução. As peças bucais que formam o sistema de ingestão de alimento precisam de um sistema de vedação para uma sucção com sucesso. A região do corpo em que estas peças estão articuladas é conhecida como gnatossoma, que consiste em dois palpos e duas quelíceras com dentículos e dentes. As peças são seladas entre si com o líquido da saliva, de forma que para que um carrapato se alimente ele precisa se fixar no hospedeiro com o gnatossoma, e permanecer “colado, e assim permanecendo por alguns dias, cerca de 4 a 6 no estádio de larva, e cerca de 7 a 21 dias no estádio de fêmea até o ingurgitamento, quando encontra-se totalmente alimentada. Diferentemente do que ocorre com moscas e mosquitos hematófagos, os carrapatos cortam a pele do hospedeiro e introduzem todo o aparato bucal, encaixando-se no tecido e impedindo a saída de tais peças bucais. É difícil para um profissional da saúde que não conheça a morfisiologia de carrapatos diferenciar e diagnosticar a lesão da pele humana resultante de uma atividade hematofágica de um artrópode. Há diferenças nas lesões ocasionadas por insetos daquelas ocasionadas por carrapatos.
Família Ixodidae
Após o acasalamento, as fêmeas ingurgitam, desprendem-se do hospedeiro, e procuram locais no solo dando início à fase de vida livre do ciclo biológico. A duração deste período dentro de cada espécie depende da temperatura, podendo se alongar quando essas se tornam baixas. A quantidade de ovos postos por fêmea, dentro de cada grupo de carrapato, está relacionada com seu respectivo peso.
As larvas, ao saírem do ovo, já possuem um aspecto semelhante ao do carrapato adulto. Apresentam três pares de pernas e são sexualmente imaturas. As larvas permanecem inativas na vegetação do solo por vários dias enquanto sua cutícula endurece e então quando estão aptas a infestar os animais, iniciam o processo de subida e descida em direção ao ápice das plantas ao redor do local onde nasceram. As larvas podem detectar odor, calor, CO2 e vibração do ar devido ao movimento dos animais hospedeiros. Após uma muda, dão origem às ninfas as quais apresentam quatro pares de pernas. Estas também são imaturas sexualmente. Após a última muda originam-se os adultos, machos ou fêmeas. As fêmeas só se ingurgitam completamente após o acasalamento. Os machos permanecem no hospedeiro por várias semanas ou meses, algumas vezes acasalando-se com várias fêmeas. Exceto para Ixodes, a cópula dos ixodídeos ocorre sempre no hospedeiro.
O desenvolvimento destes carrapatos pode ocorrer em um, dois ou três hospedeiros, dependendo do número de animais parasitados durante seu ciclo evolutivo. No primeiro caso, larvas, ninfas e adultos passam toda a vida parasitária sobre um só animal; no segundo caso, larvas e ninfas alimentam-se em um animal, as ninfas caem no solo, sofrem uma muda e os adultos buscam um novo hospedeiro; no terceiro caso, a cada mudança de estádio, o carrapato abandona o hospedeiro, realiza a muda no ambiente, e volta a se fixar no hospedeiro.
Os adultos acasalam-se fora do hospedeiro e a fêmea realiza postura após cada repasto sanguíneo. O ciclo de vida compreende ovo, larva, ninfas (vários estágios) e adultos. A maioria das espécies, ninfas e adultos alimenta-se muito rapidamente (cerca de 30 a 40 minutos), enquanto as larvas fixam-se em seus hospedeiros por aproximadamente 7 a 10 dias. Antes de cada muda ocorre um repasto sanguíneo, salvo raras exceções em que podem ocorrer duas refeições antes da ecdise.
Os danos causados aos animais são determinados pela perda de sangue e transmissão de doenças; no homem os carrapatos provocam incômodo, dermatites e lesões decorrentes das picadas e, principalmente, são vetores de patógenos, como vírus e bactérias, ocasionando:
- Dermatoses – inflamação, prurido, edema e ulceração no local da picada;
- Perda de sangue – condição séria com desenvolvimento de anemia nos animais fortemente infestados;
- Otocaríase – infestação do canal auditivo pelos carrapatos, com possíveis infecções secundárias;
- Toxemia e Paralisias – causadas pela inoculação de saliva tóxica nos vertebrados;
- Infecções – transmitidas por carrapatos, incluindo babesioses, riquetsioses, borrelioses, bacterioses, viroses, etc.
Família Ixodidae
A maioria das espécies deste grupo de carrapatos são silvestres e habitam florestas e pastagens, parasitando várias espécies de animais hospedeiros. O desenvolvimento se completa em duas fases: uma parasitária que ocorre sobre o hospedeiro e outra de vida livre, no solo, após abandonar seu hospedeiro. A fase parasitária compreende menos de 10% da vida do carrapato e é adaptada para alimentação sanguínea no hospedeiro. São necessários um ou mais hospedeiros para completar seu ciclo de vida que consiste em três fases: larva, ninfa e adulto (estágios móveis e hematófagos).
Carrapato-de-boi – Boophilus microplus
Conhecido como carrapato dos bovinos, mas pode também ser encontrado em outros mamíferos, entre os quais, equinos, búfalos, caprinos, ovinos, cães e até mesmo o homem. Nessas espécies, os carrapatos são encontrados em situações esporádicas ou acidentais.
Carrapato-de-cavalo ou Carrapato Estrela – Amblyomma cajennense
Tem como hospedeiros preferidos os equídeos, mas pode também parasitar bovinos, outros animais domésticos e animais silvestres. Em sua fase adulta, é também conhecido pelos nomes populares: “rodoleiro”, “picaço”, “carrapato rodolego” e também como “micuim”, “carrapato pólvora”, “carrapato-fogo”, “carrapato meio-chumbo” e “carrapatinho” nas suas fases de larva e ninfa. A espécie é comum no Brasil e é um vetor de diversas doenças como a babesiose equina e a febre maculosa, sendo esta última considerada uma zoonose. As infestações do Amblyomma geralmente se concentram nas sombras ou nos locais de passagem de seus hospedeiros. Em sua forma adulta fica grande, do tamanho de um feijão verde, ou até maior. A sua forma larval está nos pastos no período de março a julho e pode ficar até 24 meses sem se alimentar, esperando um hospedeiro. No homem causa forte coceira e chega a provocar inflamação.
Carrapato-vermelho-do-cão – Rhipicephalus sanguineus
Típico de cães e gatos. Os adultos preferem instalar-se na pele, entre o coxim plantar e as orelhas do cão. Sobem pelas cercas, muros, e espalham-se pelo canil, casa, etc. É de difícil controle. Não foram encontradas evidências de que esta espécie possa parasitar o homem, limitando-se, o seu parasitismo, a cães e gatos. Seu ataque causa grande irritação e desconforto nos animais, com perdas de sangue. Os adultos têm uma forte tendência para escalar muros e cercas, frequentemente abrigando-se em frestas e forro dos canis, em grande número, debaixo de móveis e outros locais. Eles desprendem-se dos cães em qualquer fase de desenvolvimento, espalhando-se pelas habitações e são encontrados às vezes em grandes números, sendo de difícil controle. É o vetor da babesiose (Babesia canis) e erlichiose (Erlichia canis) canina.
Carrapato-comum – Ixodes ricinus
Assim como outras espécies do gênero Dermacentor, é causador da moléstia denominada paralisia em várias espécies animais, sobretudo na ovelha e no homem. É transmitida pela fêmea que se fixa na região próximo à coluna vertebral e centro respiratório, podendo comprometer a coordenação motora no andar, provocando tombos e incapacidade de permanecer em pé, seguindo-se vômitos e até morte.
Família Argasidae
Este gênero é mais abundante nas regiões áridas que apresentam longas estações secas. A maioria das espécies está associada às aves. Em geral, os habitats dos argasídeos estão intimamente associados àqueles relacionados ao homem e animais domésticos: pocilgas, galinheiros, pombais, ou cabanas rústicas. Os argasídeos que vivem em um habitat relativamente estável podem alimentar-se no mesmo animal várias vezes ou em vários animais (da mesma espécie ou não) durante seu ciclo de vida e se reproduzem continuamente ao longo do ano.
Carrapato-de-galinha – Argas miniatus
Possui corpo ovalado com 4 a 7 mm de comprimento. Sai de seu esconderijo à noite e fixa-se nas aves apenas o tempo necessário para sugar o sangue. Transmite aos galináceos a bouba, doença infecciosa semelhante à sífilis. Pode parasitar também pombos, patos e pássaros silvestres. Possui hábitos noturnos. Vive nas frestas e buracos dos galinheiros e nos troncos de árvores, saindo à noite para sugar os hospedeiros e voltando aos esconderijos assim que ingurgitados. Este carrapato é o vetor da Borrelia anserina e Aegyptanella pullorum entre as aves. Infestações pesadas podem matar as aves por exsanguinação. Pode atacar o homem e sua picada causa intensa dor.
Prevenção
Para as pessoas que vão a áreas infestadas:
- Usar roupas claras facilitando a visualização dos carrapatos em suas roupas. Um bom artifício para remover os carrapatos das roupas é apanhá-los com um pedaço de fita adesiva;
- Usar camisetas com mangas compridas e colocar as meias ou as botas sobre as barras da calça;
- Usar chapéu
- Usar luvas ao cuidar de jardins.
Para os Animais:
- Mantenha os animais de estimação dentro de casa sempre que possível e regularmente procure por carrapatos nos que saem de casa;
- Cuide de seus animais com produtos contra carrapatos ou repelentes. Alguns tratamentos contra pulgas também funcionam contra carrapatos;
- Limpe muito bem as casas dos cães, prestando atenção em fendas e rachaduras onde os carrapatos podem depositar seus ovos.
Em residências:
- Passe um pano branco e texturizado sobre as áreas que possam ter carrapatos. Se o pano recolher muitos carrapatos, há uma infestação;
- Limpe os jardins, pois os carrapatos gostam de viver em mato crescido, plantas mortas e madeira em decomposição;
- Ao utilizar um pesticida se concentre nos arbustos e nas áreas com mato crescido, que não são alcançadas pelo cortador de grama. Siga as instruções do rótulo corretamente.
Métodos de controle
São indicadas aplicações sistemáticas de carrapaticidas nos animais. Para tanto, existem as banheiras carrapaticidas de imersão, aspersão ou pulverização. No pasto é aconselhável o manejo integrado. Pastagens altas, ou de folhas largas, permitem o desenvolvimento e sobrevivência de carrapatos. A pulverização em pastos torna-se economicamente inviável, principalmente em grandes áreas. Em áreas urbanas e/ou residenciais, recomenda-se a pulverização das áreas ou até polvilhamento, principalmente nas frestas, repetindo a aplicação após 20 dias em temperaturas altas. Quanto aos animais domésticos, estes deverão receber aplicações de carrapaticidas indicados para cada espécie. Os animais deverão ficar fora da residência pelo prazo de 24 à 48 horas variando conforme animal ,ventilação do local e produto. Recomenda-se ainda procurar um médico veterinário para indicação de um melhor tratamento para cada caso específico. A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Carrapatos
Cupins
Dentre as cerca de 2700 espécies atuais de cupins existentes no mundo, apenas pouco mais de 70 ou 80 espécies foram assinaladas como pragas. Nas áreas urbanas mundiais, estima-se que os gastos com tratamento, reparos e substituições de peças atacadas por cupins alcance, na atualidade, valores da ordem de US$ 5 a 10 bilhões anuais. Apenas na cidade de São Paulo, as perdas podem atingir algo em torno de US$ 10 a 20 milhões anuais.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Isoptera
Descrição e biologia
São também chamados de térmitas, formigas brancas, siriris ou aleluias. Junto com as formigas, algumas abelhas e algumas vespas são chamados de espécies eussociais, pois apresentam as seguintes características: Cuidado cooperativo com a prole: ovos e os jovens são cuidados pelos irmãos mais velhos; Casta reprodutiva: presença de alados, rei e rainha ao mesmo tempo em que há castas estéreis (operários e soldados); Sobreposição de geração: no caso dos cupins, pais (rei e rainha) e filhos (operários, soldados e reprodutores de substituição) convivem numa mesma colônia. A cabeça dos cupins tem forma e tamanho variáveis e olhos geralmente presentes nas formas aladas e atrofiados nas formas ápteras. O aparelho bucal é do tipo mastigador e bem desenvolvido, principalmente nos soldados. Apenas os cupins reprodutores apresentam 2 pares de asas membranosas, que possuem uma sutura basal, que se rompe e destaca-se do corpo após a revoada. A fonte alimentar básica dos cupins são os materiais celulósicos e lignocelulósicos sob diferentes formas: madeira viva ou morta (em diferentes estágios de decomposição), gramíneas, raízes, sementes, fezes de herbívoros, húmus, manufaturados, etc. Em termos gerais a digestão da celulose é feita com o auxílio de microrganismos simbiontes intestinais: bactérias e/ou fungos, nos chamados “cupins superiores” (toda a Família Termitidae) e flagelados, nos “cupins inferiores” (espécies das outras famílias).
Organização social
Antes de abordar-se sobre as castas é bom esclarecer alguns termos usados para as formas imaturas, pois há uma nomenclatura diferente daquela normalmente utilizada na Entomologia. Assim, o termo “larvas” designam os imaturos sem broto alar, sem características de soldado e não pigmentados; “ninfas” são usados para designar imaturos sem características de soldado, com broto alar, ainda pouco pigmentados e “soldados brancos” ou “pré soldados” os imaturos pouco pigmentados, pouco esclerotizados, mas já com características de soldado.
Uma colônia é constituída por um par real (rei e rainha) que são os reprodutores (férteis), os operários e os soldados (estéries). Cada uma destas castas têm funções muito diferentes.
Operários – casta mais numerosa da colônia e composta por indivíduos ápteros e estéreis, sendo responsáveis por todas as funções rotineiras da colônia como obtenção de alimento, construção, reparo, expansão e limpeza do ninho etc.
Soldados – responsáveis pela defesa da colônia, são morfologicamente diferentes dos operários, havendo muitas adaptações para esta função. Por exemplo, as mandíbulas podem ser muito desenvolvidas para a defesa mecânica; podem existir glândulas especiais que produzem substâncias usadas como defesa química e ainda ocorrem combinações de defesa química e mecânica. Os soldados não realizam outras tarefas na colônia e são alimentados pelos operários. Geralmente aparecem em grande número em colônias estressadas.
Reprodutores – são os únicos que se reproduzem na colônia e podem ser: reprodutores primários, que são alados (siriris, aleluias), bem pigmentados e esclerotizados, com olhos compostos perfeitamente desenvolvidos. Depois de voarem e perderem suas asas fundam uma nova colônia e recebem o nome de rei e rainha. As rainhas passam por um processo chamado de fisiogastria, onde há um crescimento do abdome. Neste momento ela é chamada de fêmea fisiogástrica; reprodutores secundários, que se desenvolvem dentro da colônia e poderão substituir o rei e a rainha em caso de morte ou ainda ocorrer junto com o par real primário; reprodutor neotênico, que é qualquer cupim reprodutor que não derive de um alado e finalmente o reprodutor adultóide, que é um alado maduro que permanece na colônia, perde as asas e torna-se funcional, macho ou fêmea.
Ciclo de vida
O desenvolvimento é incompleto, compreendendo as fases de ovo, ninfa e adulto. As ninfas sofrem ecdises até chegarem à forma adulta. É durante essa fase de desenvolvimento que será definida a “finalidade” da ninfa, ou seja, se transformarão em operários, soldados, reprodutores alados ou de reposição, de acordo com a necessidade da colônia. No último estágio, as ninfas podem desempenhar as funções dos operários. Após a revoada, os alados perdem as asas e juntam-se aos pares, saindo à procura de local adequado para o estabelecimento da nova colônia. Decorridos alguns dias após a cópula, a rainha começa a postura. As primeiras posturas originam apenas operários que darão início à construção da colônia, estes também servem de alimento. Depois de estabelecida a colônia, começam a surgir os indivíduos das outras castas. Após atingir a maturidade da colônia (por volta de 5 anos), começam também a surgir os indivíduos alados que irão fazer novas revoadas e estabelecimento de novas colônias.
Principais Espécies e Danos Causados
Os principais danos causados por cupins são nas estruturas de madeira, móveis e outros derivados de celulose como livros e papeis em geral. Podem causar danos a cabos elétricos e telefônicos subterrâneos ou não, com lesão do envoltório protetor e consequente perda de energia ou provocando panes. No caso de cabos embutidos em conduites e em caixas de chaves, interruptores e tomadas, o cupim acarreta risco de curto-circuito e incêndio. Os danos também são notados em árvores urbanas, com risco de queda de ramos maiores e enfraquecimento do suporte lenhoso e tombamento das árvores.
Família Kalotermitidae
Cupim de madeira seca – Cryptotermes brevis: Soldados com 4 a 5 mm de comprimento, com cabeça fragmótica de coloração marrom escura a preta, mandíbulas esmagadoras, curtas e robustas. Pseudo-operários de coloração branca ou amarelada. Alados pigmentados com asas hialinas (transparentes) e iridescentes. As colônias são pequenas (pouco mais e 1000 indivíduos) e são inseridas diretamente na fonte alimentar (madeira seca). Desenvolvem-se lentamente, podendo demorar 5 anos para tornar-se maduras,vivendo por mais de 10 anos. Os soldados usam a cabeça para tapar a entrada da colônia. Os integrantes da colônia deixam pelotas fecais típicas em forma de pequenos grânulos. Pelotas fecais escuras devido a oxidação denotam infestação antiga. O gênero Cryptotermes tem distribuição mundial e é a mais importante praga entre os ditos cupins de madeira seca. Esta espécie é a segunda maior praga entre os cupins de áreas urbanas.
Prevenção
- Uso de madeiras tratadas durante a construção do imóvel ou montagem dos móveis;
- Colocação de telas para prevenir a entrada de alados nas áreas internas da estrutura;
- Proteção da superfície exterior das madeiras com tintas, vernizes ou outras coberturas apropriadas, com o objetivo de tapar frestas e rachaduras onde os cupins possam se alojar;
- Aplicar cupinicida em todas as superfícies não acabadas dos móveis (aquelas que não tem tinta ou verniz – como a parte de baixo e de trás dos móveis, gavetas, etc.), assim como as juntas nas madeiras, seguindo sempre as instruções de uso;
- Inspeções periódicas em armários, madeiramento do telhado e outras estruturas;
- Não transportar móveis e objetos infestados
A infestação por cupim de madeira seca, normalmente fica restrita à(s) peça(s) atacada(s), e poderá ser controlada (de forma paleativa) por meio de produtos para controle de cupins encontrados em supermercados ou lojas de materiais de construção. Siga as recomendações do rótulo, aplicando o produto nos buracos da madeira deixados pelo cupim.
Caso este procedimento, usando produtos de venda livre de acordo com as instruções do rótulo não der resultado ou a infestação já for grande, sugere-se a contratação de uma empresa.
Métodos de controle
Os tipos de controle podem ser: polvilhamento (insuflação), que consiste na aplicação de um pó dentro de conduites, utilizando polvilhadeira; injeção de produtos, onde se utiliza dos próprios furos da madeira feito pelos cupins. Pode ser feito utilizando-se seringas ou pequenos pulverizadores; pincelamento, aplicando-se o produto em três demãos; imersão, com eficiência no tratamento preventivo em peças avulsas e sem acabamento.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Família Rhinotermitidae
Cupins subterrâneos – Coptotermes e Heterotermes: alimentam-se de madeira e derivados de celulose. Vivem em ninhos que são construídos em locais ocultos no solo ou em cavidades, onde a umidade e ausência de luz são condições ideais para construção do ninho. As colônias são consideravelmente grandes, compostas por milhares de indivíduos. Exploram largamente o ambiente sempre à procura de novas fontes de alimento. A principal característica desses cupins é a construção de túneis “de terra” (composto por fezes, outras secreções e terra), denominados túneis de forrageamento.
Coptotermes gestroi: Soldados com 5 mm, cabeça ovalada de cor amarelada com fontanela grande e arredondada, corpo claro, quase branco. Possui uma defesa mecânica (mandíbulas bem desenvolvidas) combinado a uma defesa química (produção de substância pegajosa de cor leitosa). Os operários são cegos e de coloração esbranquiçada. A rainha fisiogástrica mede aproximadamente 2 cm de comprimento e o rei têm 6 mm. As colônias têm milhões de indivíduos, realizam caminhamentos típicos em forma de túnel. Madeiras ou locais infestados ficam recobertos com placas fecais (manchas) de coloração branca.
Heterotermes sp.: os soldados são dimórficos, com cabeça retangular, alongada e de coloração amarelo alaranjada. As mandíbulas são finas e longas com extremidades voltadas para dentro. Os operários são cegos, brancos amarelados e os reprodutores alados são delgados, alaranjados e de asas claras. Fazem caminhamentos típicos em forma de túnel, e seus ninhos são difusos no solo com grande poder dispersivo. Essas espécies são encontradas também em ambiente agrícola.
Prevenção
- A prevenção contra infestações por cupins subterrâneos é o melhor meio para reduzir possíveis ocorrências.
- A remoção de todos os restos de raízes de árvores, tocos, ou outras madeiras dentro da área de construção antes do início da obra é importante, bem como a retirada de todos os pedaços de pau e estacas antes da aplicação do concreto, além das tábuas de moldes para a concretagem. Fundações de concreto adequadamente reforçadas previnem grandes contrações e o aparecimento de fendas, as quais permitem a passagem dos cupins. Pode ser feito ainda, o tratamento do terreno.
- A utilização de blocos ocos na construção devem ser evitadas. Pilastras de madeira nas fundações devem ser previamente tratadas. Fundações, paredes, muros e pisos devem ser protegidos com produtos cupinicidas de ação residual, constituindo uma barreira eficiente, porém temporária, contra cupins.
- As madeiras que venham a ficar em contato com as estruturas da construção devem sofrer pulverizações. Madeiras denominadas moles podem ser tratadas por pulverização, pincelamento ou imersão, com produtos de longa ação residual. O tratamento em madeiras deve ser realizado aplicando-se o inseticida junto a um veículo (solvente) próprio, como querosene, álcool, isoparafina ou mistura de hidrocarbonetos, para uma melhor penetração no seu interior, evitando danos à(s) peça(s).
- O gesso em acabamentos não deve conter material celulósico. Os revestimentos como azulejos, lajotas e outros devem ser realizados com argamassa contínua para o total preenchimento de espaços sob o material.
Métodos de controle
O controle deste tipo de cupim é difícil e complicado, uma vez que seus ninhos nem sempre se encontram nos locais de ataque, podendo estar a metros de distância da área atacada. Devido a este comportamento, o controle torna-se difícil, não sendo recomendado que se aplique qualquer produto, pois a infestação tende a se espalhar pela área.
Se confirmar que o cupim é subterrâneo, o trabalho deverá ser feito por empresa profissional, através do controle químico e controle de eliminação da colônia por iscagem.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Família Termitidae
Cupins arborícolas – Nasutitermes spp.: Os soldados são dimórficos, com cabeça globosa de coloração variada (preta ou marrom) e nasus desenvolvido (proteção química), corpo de coloração alaranjada. Os operários são também dimórficos, robustos e escuros. Reprodutores alados escuros e de asas pretas. São encontrados na região litorânea. São tipicamente arborícolas, mas também possuidores de ninhos subterrâneos. Os ninhos são conhecidos como “cabeça de nego”. As colônias possuem milhões de indivíduos e podem permanecer ativas por 50 a 80 anos. Fazem caminhos em forma de túneis escuros característicos. Infestam mourões de cercas, postes de madeira, árvores e edificações.
O tratamento em geral é a execução de barreira química ao longo das áreas perimétricas, junto aos alicerces, conduítes elétricos, tratamento do madeiramento por pulverização, injeção ou imersão, infiltração em lajes ou aberturas delas para retirada dos ninhos. Os produtos utilizados são de grande poder residual, e devem ser aplicados diluídos em hidrocarbonetos (querosene, ou isoparafina). A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Cupins de solo ou grama – Neocapritermes sp.: Os soldados possuem corpo escuro, cabeça alaranjada e mandíbulas longas, assimétricas e retorcidas. Os operários têm a cabeça clara e o abdome escurecido. Alados com corpo e asas pretas. Encontram-se infestando gramados, normalmente em madeiramentos em decomposição. Os ninhos são subterrâneos e difusos no solo. Realizam galerias no sistema radicular das plantas prejudicando a absorção de água e nutrientes e a translocação dos mesmos. A presença de mudas mortas entre as plantas sadias costuma ser um indicativo da atividade dos cupins.
Cupim de montículo – Cornitermes cumulans: Os ninhos são em montículos, de formato variável, com 50 a 100 cm de altura. Apresentam uma câmara externa de terra, com 6 a 10 cm de espessura e cimentada com saliva e a câmara interna, de celulose e terra, menos dura e com galerias. Existem controvérsias quanto aos danos causados por esses cupins, porém, em áreas urbanas, o problema está relacionado à estética e também ao fato de atraírem escorpiões, que se alimentam desses cupins, podendo assim provocar acidentes.
Syntermes spp.: Cupins de tamanho avantajado. Soldados grandes, monomórficos, com mandíbulas robustas e longas, cabeça grande e sub-retangular, de coloração vermelha ou laranja avermelhada e brilhante, com fontanela visível. Os operários são trimórficos, com cabeça de coloração variando de amarelo a alaranjado. Alados bem pigmentados e de tamanho chegando aos 4 a 4,5 cm de comprimento. Possuem hábitos noturnos, os ninhos são subterrâneos, profundos e difusos. Infestam gramados, campos de futebol e golf, em residências e praças, notando-se o amarelecimento e seca em reboeiras do gramado e dificuldade de rebrota. Assemelham-se às formigas cortadeiras.
Métodos de controle
- Pode ser feito o encharcamento do gramado por pulverização com inseticida a baixa concentração, mas bem irrigado e em horários de sol fraco. O produto não poderá ser fitotóxico.
- Para o controle do cupim de montículo há a necessidade de que o produto seja colocado no interior do cupinzeiro, com o auxílio de uma barra de ferro com aproximadamente 80 cm de comprimento e de uma marreta, faz-se a perfuração vertical e central do cupinzeiro até que se atinja a câmara celulósica executando a pulverização.
- A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Informações adicionais
Muitas vezes os cupins são confundidos com as formigas. Eles possuem várias semelhanças comportamentais e adaptações decorrentes do fato de serem insetos sociais. Porém, não são parentes próximos, sendo também morfologicamente diferentes.
Semelhanças biológicas entre cupins e formigas
- As castas são semelhantes em número e tipo;
- Realizam trofalaxia, sendo este um importante mecanismo de regulação social;
- Trilhas químicas são usadas em recrutamento como em formigas e o comportamento de marcação e de seguir a trilha é bastante similar;
- Há feromônio de inibição de casta, com ação semelhante aos das formigas;
- Comportamento de grooming ocorre frequentemente entre os indivíduos e funciona, ao menos em parte, para a distribuição dos feromônios;
- “Cheiro da colônia” e territorialidade são ocorrência comum;
- Canibalismo é bastante comum a ambos.
Diferenças entre cupins e formigas
- Casta de operário – masculina e feminina nos cupins e só feminina nas formigas;
- Formas jovens podem trabalhar no caso dos cupins e não nas formigas;
- Não há dominância hierárquica entre indivíduos da mesma casta em cupins, nas formigas isto é comum;
- Parasitismo social é praticamente ausente nos cupins e comum em formigas;
- Trofalaxia anal é comum nos ditos “cupins inferiores” e bem raro nas formigas;
- Ovos tróficos são desconhecidos em cupins e comum em formigas;
- Macho – chamado de rei no caso dos cupins permanece com a fêmea – rainha depois da revoada, auxilia na construção inicial do ninho e a fertiliza várias vezes enquanto a colônia desenvolve. Nas formigas os machos fecundam durante o vôo nupcial e depois morrem;
- Presença de uma “cintura” nas formigas e ausente nos cupins e antenas em “cotovelo” nas formigas e reta nos cupins;
- Nos cupins as asas anteriores e posteriores são semelhantes em tamanho e nervuras. Nas formigas, as asas anteriores são maiores que as posteriores.
Cupins
Escorpiões
Existem registros científicos da existência dos escorpiões há mais de 400 milhões de anos. Atualmente, já estão catalogadas cerca de 1600 espécies e subespécies, distribuídas em 116 gêneros diferentes em todo o mundo. Foram os primeiros artrópodes a conquistar o ambiente terrestre. Das espécies conhecidas, apenas 25 podem causar acidentes com óbitos. Os escorpiões são animais invertebrados terrestres, carnívoros e de hábitos noturnos. Procuram locais quentes, úmidos e escuros para se abrigarem. Em regiões urbanas são encontrados facilmente atrás de vasos sanitários, junto a roupas, atrás de batentes de portas, tacos soltos, dentro de sapatos, sob pedras e entulhos etc.
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Scorpiones
Descrição e biologia
O corpo está dividido em duas partes: cefalotórax e abdome e possuem 4 pares de pernas. O órgão inoculador de veneno é chamado de télson. Seus pedipalpos são longos e modificados apresentando uma pinça na extremidade, semelhante às pinças dos caranguejos. São estruturas de defesa e captura de alimento. Sua alimentação é baseada em insetos invertebrados como cupins, grilos, baratas, moscas e aranhas. Seu tamanho pode variar de 12 mm até 21 cm de comprimento, de acordo com a espécie.
Ciclo de vida
Chegam à maturidade em 1 a 3 anos, com período de vida de 2 a 6 anos (sendo 8 anos o maior tempo já registrado). A reprodução dos escorpiões amarelos se dá por partenogênese, para isso, basta que a fêmea encontre calor e alimento. Desta forma, só existem fêmeas dessa espécie e sua multiplicação ocorre muito mais facilmente. Quanto aos escorpiões pretos ou marrons, a fecundação é cruzada. O número de filhotes varia de 15 a 25 de acordo com a espécie e, após o parto, os filhotes se alojam no dorso da mãe, ali permanecendo por cerca de uma semana até sofrerem a primeira ecdise, então se dispersam, começando vida independente.
Principais Espécies e Danos Causados
Os danos estão relacionados a acidentes com as picadas, sendo que o escorpião amarelo é o responsável pelos acidentes mais graves. Essas picadas são muito doloridas e podem provocar diversos sintomas, sendo letais em alguns casos, principalmente em crianças abaixo de 7 anos.
Principais Espécies
No Brasil os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus. Este gênero é foco nas empresas controladoras de pragas.
Escorpião Amarelo – Tityus serrulatus
De 5 a 7 cm de comprimento, coloração amarelada, pernas e palpos sem manchas, cefalotórax e abdome escuros. Possui uma serrilha no 4º segmento da cauda e a presença de espinho no télson. É o mais venenoso e mais frequentemente encontrado na região Sudeste, sendo o Paraná, Bahia e sul de Goiás os locais com maior incidência.
Escorpião preto ou marrom – Tityus bahiensis
De 5 a 7 cm de comprimento, coloração marrom avermelhado, cefalotórax e abdome mais escuros e sem manchas. Apêndices mais claros com manchas na mesma cor do corpo. É encontrado da Bahia ao norte da Argentina, Mato Grosso do Sul e Paraguai.
Prevenção
- Em locais onde há infestações, manter camas afastadas das paredes (cerca de 10 cm);
- Manter o local livre de insetos que sirvam de alimentos aos escorpiões, como baratas e, em caso de infestações, fazer o controle dos mesmos;
- Manter sempre limpas as áreas próximas à residência, deixando livre de entulhos, lixo e restos de materiais de construção;
- Manter ralos bem fechados;
- Sempre examinar roupas e sapatos, sacudindo-os antes de utilizá-los;
- Vedar frestas e buracos que possam servir de abrigo;
- Colocar telas protetoras em portas e janelas;
- Usar sempre calçados e luvas protetoras em atividades rurais e jardinagem;
- Em áreas rurais, se possível, criar aves que são predadoras de escorpiões.
Método de Controle
O controle pode ser realizado usando a técnica de pulverização direta e no perímetro da área infestada, nos pontos de abrigo, passagem e alimentação do escorpião, de preferência utilizando um produto de bom poder residual.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Escorpiões
Formigas
Todas as formigas pertencem a uma única família, a Família Formicidae. Atualmente são conhecidas mais de 12 mil espécies de formigas, das quais 2 mil ocorrem no Brasil. Estão distribuídas em quase todos os habitats terrestres, onde contribuem para a estabilidade do ambiente.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Descrição e biologia
O corpo de uma formiga é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome. A diferença morfológica mais importante que separa as formigas dos outros insetos é a presença do pedicelo, uma região estreita que une o tórax ao abdome com aspecto de uma cintura quando vista de cima. O aparelho bucal é provido de um par de mandíbulas grande e forte. A cabeça possui um par de antenas em forma de cotovelo (geniculada) e um par de olhos compostos. Algumas espécies possuem, na parte posterior do abdome um ferrão, que é uma poderosa arma de defesa, ocasionando ferroadas dolorosas ao homem e outros animais. São insetos eussociais e as características desse comportamento são a sobreposição de gerações (várias gerações convivendo no mesmo ninho), o cuidado cooperativo com a prole e a divisão do trabalho em castas. Rainha (s): maiores indivíduos da colônia; responsáveis pela postura de ovos. Em uma colônia pode haver uma ou mais rainhas conforme espécie. De uma forma geral são aladas, e perdem as asas após o vôo nupcial quando vão fundar novas colônias. As espécies de formigas urbanas aboliram o vôo nupcial e as rainhas não possuem asas, apenas os machos. Machos: alados e com função única e exclusivamente reprodutiva. Após o acasalamento morrem; Operárias: são fêmeas estéreis; não possuem asas; constituem a grande maioria dos indivíduos da colônia; desempenham as demais atividades da colônia. São onívoras, alimentando-se de uma diversa gama de alimentos, seja doce, salgado, óleos, outros animais ou vegetais e algumas espécies se alimentam de fungos. As colônias podem variar em tamanho e os ninhos podem ser construídos no chão (tanto superficial como subterrâneos), em cavidades de madeiras ou troncos ou mesmo no interior de residências em frestas de azulejos, batentes de portas, sob o piso, aparelhos domésticos e o mobiliário.
Ciclo de vida
O desenvolvimento é holometábolo (ovo, larva, pupa e adulto). A partir dos ovos nascem as larvas, que de acordo com a alimentação que recebem, podem se tornar operárias, soldados ou fêmeas férteis (rainhas). As larvas são esbranquiçadas e não possuem pernas, são alongadas e afiladas na região da cabeça. São completamente dependentes das operárias para a movimentação e alimentação. As larvas passam por vários estágios de desenvolvimento, denominado ínstares. O número de ínstares varia de acordo com a espécie. Quando totalmente desenvolvidas, transformam-se em pupas, fase intermediária entre o estágio larval e adulto. As pupas são dependentes das operárias somente para a locomoção, uma vez que não se alimentam. A duração do ciclo desde ovo até adulto pode variar em torno de 35 – 45 dias. O tempo de vida também varia conforme a casta a que o inseto pertence e também à sua espécie, sendo que as operárias vivem cerca de 2 meses a 1 ano, as rainhas podem viver de 2-20 anos conforme espécie e os machos morrem logo após a cópula. Os machos provém de ovos não fecundados. Quando a rainha copula, ela recebe esperma suficiente para durar sua vida inteira, armazenando-o em um órgão especializado, a espermateca. Com relação aos ovos fecundados (operárias e rainhas), o que vai diferenciá-los é a alimentação.
Principais Espécies e Danos Causados
As formigas nas áreas urbanas depararam-se com ambientes propícios para a construção de seus ninhos. Nestes locais encontraram abrigos perfeitos com abundância de alimento e água. Causam bastante incômodo quando ocorrem em áreas de alimentação, podendo deteriorá-los e contaminá-los. Infestam e danificam aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos e percorrem todos os ambientes da casa, inclusive banheiros. Em hospitais, caminham sobre instrumentos médicos, UTI’s, centros cirúrgicos ou berçários, podendo carregar bactérias e fungos junto ao corpo. Além disso, podem ferroar de forma dolorosa e provocar reações alérgicas.
Principais Espécies:
Formigas Urbanas
Formiga fantasma – Tapinoma melanocephalum: As operárias são todas do mesmo tamanho (monomórficas) e pequenas, variando de 1,3 a 1,5 mm de comprimento. Apresentam cabeça e tórax escuros com cintura e abdome claros. Formam trilhas perfeitas em busca de alimentos. É encontrada no solo, madeiras em decomposição, partes de árvores doentes, e principalmente dentro das casas. As colônias são provavelmente formadas pela migração de uma ou mais rainhas acompanhadas das operárias. Não realiza vôo nupcial. Em residências, nidifica atrás de azulejos, batentes de portas e rodapés, sendo esses ninhos pouco estruturados, mudam-se de lugar frequentemente.
- Selar orifícios e frestas dentro das residências;
- Manter os alimentos guardados em recipientes bem vedados e se possível dentro da geladeira;
- Manter o ambiente livre de resíduos alimentares;
- Depositar sachês de cravo-da-índia nos locais onde as formigas são indesejáveis;
- Colocar fitas dupla face nos pés de mesas, bancadas ou até macas de hospitais;
- Aplicar uma diluição de água e detergente (1:1) com o auxilio de uma seringa sem agulha nos buracos de onde se vê as formigas saindo, em áreas internas e de baixa infestação;
- Descartar adequadamente o lixo
Método de Controle
Podem ser utilizados produtos em pó, iscas granuladas, gel, ou ainda inseticidas líquidos, que qual são aplicados diretamente no ninho ou pontos de passagem como: conduítes, rachaduras, armários, frestas, etc. Os ninhos poderão, conforme a espécie, ser destruídos mecanicamente. A utilização de produtos na forma aerossol fragmenta a colônia, aumentando a infestação após alguns dias. O conhecimento da espécie, assim como seu comportamento e hábitos alimentares são fundamentais para um controle efetivo. Assim como para outras espécies de pragas, faz-se necessário um monitoramento para identificar de forma exata o nível de infestação do local e a partir daí lançar mão de um produto químico específico para a ocasião.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Algumas providências podem ser tomadas para proteger as plantas do ataque de formigas cortadeiras, como por exemplo, o uso de um cone invertido, de qualquer material resistente (borracha, plástico ou metal) preso ao tronco da planta. Passa-se graxa na parte interna do cone impedindo assim a subida das formigas no vegetal. A crença de passar cal no tronco das árvores para impedir a subida de formigas e outros insetos é infundada, além de deixar o ambiente visualmente poluído. Deve-se ainda, realizar o plantio de plantas sabidamente não atraentes para as formigas cortadeiras, principalmente naquelas regiões onde estas espécies são muito abundantes. A preocupação com a utilização de plantas adequadas à região também é importante.
Método de Controle
Pode-se utilizar inseticidas em pó, iscas granuladas, gases, ou inseticidas termonebulizáveis. Os produtos granulados devem ser espalhados perto das plantas atacadas, nos seus pontos de passagens, ou perto de seus ninhos, nunca dentro dos olheiros. Os produtos na formulação gás, pó seco ou termonebulização só podem ser aplicados diretamente dentro de seus ninhos através de seus olheiros, isto com auxilio de um equipamento específico. Aconselha-se mesclar o controle, assim a deficiência de um é suprido pela eficiência do outro, não obstante todos eles requerem um monitoramento frequente e diversas aplicações para um controle eficiente.
Como controle mecânico, há a opção da retirada dos ninhos por escavação, retirando-se a panela de fungo e a rainha, porém só é eficaz para áreas pequenas.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Formigas
Grilos
Grilos
Morcegos
A Ordem Chiroptera é a segunda em número de espécies, com cerca de 1000 espécies identificadas, sendo cerca de 140 existentes no Brasil. Os morcegos são os únicos mamíferos com capacidade de vôo, devido à transformação de seus braços em asas. Geralmente são considerados animais nocivos, sendo cercados por muitas lendas, geralmente associadas à sua aparência e hábito noturno.
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Chiroptera
Descrição e biologia
A característica comum nos quirópteros é que suas extremidades anteriores estão organizadas em braço e antebraço e mão, constituída por um polegar de tamanho pequeno e 4 dedos bem alongados. As extremidades posteriores também são adaptadas para o vôo. Esses membros anteriores e posteriores estão interligados por uma membrana chamada patágio, constituída por uma dupla camada de pele. Os morcegos ocorrem em quase todo o planeta, exceto em locais muito frios ou muito quentes e em algumas ilhas muito isoladas. Possuem hábitos crepusculares e noturnos, vivem em grupos e utilizam como abrigo cavernas, frestas em rochas, forros e sótãos, porões, edificações, folhagens e copa de árvores, construções abandonadas, vãos de dilatação de prédios, cisternas ou poços. Seus hábitos alimentares variam conforme a espécie, assim existem os morcegos onívoros, frugívoros, nectarívoros ou polinívoros, folívoros, ranívoros, insetívoros, carnívoros, piscívoros e, finalmente, os hematófagos.
Ciclo de vida
A média de vida dos morcegos é de 20 a 30 anos. Vivem em grupos, onde há um macho dominante e o restante do grupo é composto por fêmeas. Atingem a maturidade sexual por volta de um ano de idade. A gestação dura de 2 a 7 meses, gerando em média 1 filhote por gestação. Esses filhotes nascem sem pelos ou com pelagem bastante tênue e são amamentados por 2 a 4 meses.
Principais Espécies e Danos Causados
Ao contrário do que se pensa, a maioria dos morcegos são benéficos ao meio ambiente, pois ao se alimentarem, podem disseminar sementes, polinizar flores e controlar populações de insetos. Os morcegos podem causar dano ao homem são os hematófagos, pois ao sugarem o sangue da presa, podem transmitir raiva. Geralmente, esses morcegos hematófagos atacam os animais domésticos, sendo raros os casos de ataque ao homem. Casos de ataque ao ser humano geralmente ocorrem por acidente, ou seja, quando tocado pelo homem e sentindo-se ameaçado, o morcego morde para se defender e, ao morder, transmite o vírus da raiva. Em vários estudos realizados, detectou-se que diversas espécies de morcegos, mesmo não sendo hematófagos, apresentam o vírus da raiva. Os morcegos em áreas urbanas causam bastante medo e incômodo às pessoas, devido à grande diversidade de lendas que envolvem os morcegos e também à sua aparência e hábitos.
Principais Espécies
Estão distribuídos em duas Subordens:
Megachiroptera: restrita aos continentes África, Ásia e Oceania. Nesta subordem encontram-se os maiores morcegos do planeta, conhecidos popularmente como “raposas voadoras”, podendo alcançar até 2 metros de envergadura. Apresentam uma unha no segundo dedo, orelhas pequenas, simples e destituídas de trago, sua orientação é baseada na visão, memória e olfato.
Microchiroptera: ocorre nas Américas. São menores, podendo medir de 10 a 80 cm de envergadura. Dependem de um sistema de orientação noturna mais eficiente do que a visão dos megaquirópteros. Não apresentam unha no segundo dedo, as orelhas são complexas, com trago presente, sua capacidade de ecolocalização é bastante desenvolvida.
Morcego cauda de rato – (Molossus ater e M. molossus)
Bastante comum, de coloração variando entre marrom e preto. Não apresenta apêndice nasal e sua cauda é livre e sem pelos. Alimenta-se de insetos e refugia-se em telhados e sótãos. Seus locais de abrigo são reconhecidos com facilidade por exalarem forte odor.
Morcego das casas – (Myotis nigricans)
É a menor espécie encontrada em residências. Apresenta coloração parda avermelhada, não possuindo apêndice nasal e sua cauda é contida na membrana interfemural. Alimenta-se de insetos e recebem esse nome por frequentemente abrigarem-se em sótãos e nos telhados das residências.
Morcego das frutas – (Artibeus lituratus)
Coloração parda com duas listras brancas na cabeça, acima e abaixo dos olhos. Apresenta apêndice nasal. Alimenta-se de frutas e abriga-se entre as folhagens das árvores.
Morcego beija-flor – (Glossophaga soriciana)
De pequeno porte e sua coloração é parda. Apresenta apêndice nasal pequeno e em forma triangular e cauda ausente. Sua principal característica é a língua alongada e fina que auxilia a lamber as flores, pois se alimenta do néctar das mesmas. Refugia-se entre as folhagens das árvores.
Falso vampiro – (Phyllostomus hastatus)
Apresenta apêndice nasal desenvolvido e em forma de lança ou espada e focinho estreito. Possuem cauda e sua coloração é negra. É onívoro, se alimentando inclusive de néctar de flores como o morcego beija-flor. Refugiam-se geralmente em ocos de árvores.
Morcego de cauda curta – (Carollia perspicillata)
Coloração variando entre marrom escuro e marrom avermelhado, com região ventral mais clara. Apresenta apêndice nasal pequeno e em formato de folha e focinho curto. Sua cauda é pequena e inserida na membrana interfemural. Alimenta-se de frutas e insetos e refugiam-se em ocos de árvores, cavernas, frestas em rochas, minas, aquedutos e construções.
Morcego vampiro – (Desmodus rotundus)
Alimenta-se exclusivamente de sangue. Possui apêndice nasal rudimentar, em formato discóide com sensores térmicos que permite localizar a região mais vascularizada na pele da preza. Seus dentes são adaptados para perfurar a pele da preza e abrir a ferida de forma indolor e, em sua saliva, também há presença de substância anticoagulante. Apresenta cor parda, com a barriga e garganta mais claras. Outra característica própria dos morcegos vampiros é a ausência de cauda e a adoção da posição quadrúpede para caminhar, saltar ou escalar. É rara sua ocorrência no meio urbano, geralmente vive em áreas com criações de animais e abriga-se em cavernas ou ocos de árvores.
Prevenção
A entrada de morcegos em residência se dá por vários motivos, como busca de alimento ou água, filhotes que estão aprendendo a voar, morcego doente ou em busca de abrigo. As espécies que ocorrem no meio urbano geralmente são as frugívoras ou nectarívoras.
- Recolher antes do anoitecer os bebedouros que contenham solução açucarada para beija-flores, pois os morcegos nectarívoros também são atraídos pela solução;
- Para evitar a “visita” de morcegos frugívoros dentro das residências, devem-se guardar os frutos em locais protegidos;
- Quando ocorrer a entrada frequente de morcegos dentro de algum cômodo, podem-se deixar as luzes acesas por alguns dias consecutivos. Como os morcegos são fotossensíveis, abandonarão o local;
- Jamais se deve tocar em um morcego, pois ao ser tocado, ele pode morder e transmitir raiva à pessoa. Em casos de mordidas, procurar um posto de saúde imediatamente;
- Utilização de barreiras físicas como telas de arame para impedir sua entrada;
- Utilização de gel repelente;
- Verificar telhas soltas ou quebradas.
Método de Controle
Os morcegos são espécies protegidas por lei, assim sua captura, perseguição ou destruição são proibidas. O controle deve ser realizado por pessoal treinado e somente quando necessário. Devemos lembrar também que repelir os morcegos não é fácil, então o melhor a se fazer é evitar sua entrada.
A ocorrência destes animais deve ser notificada aos órgãos competentes para que estes adotem as medidas cabíveis. A utilização de substâncias químicas anti-coagulantes são de uso exclusivo de Órgãos Oficiais.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Morcegos
Moscas
BIBLIOTECA DE PRAGAS – MOSCAS É uma ordem dos insetos caracterizada pelo tamanho reduzido das asas traseiras e pela proeminência das asas dianteiras. O grupo tem cerca de 150 mil espécies descritas em todo o mundo. Os representantes de Diptera habitam quase todos os lugares. Distinguem-se dos outros insetos alados por possuir somente um par de asas, correspondente ao par anterior, transformando-se o par posterior em pequenas estruturas clavadas denominadas halteres, que funcionam como órgãos de equilíbrio.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Díptera
Descrição e biologia
A Ordem Diptera pode ser dividida em duas Sub-ordens Nematocera e Brachycera. A sub-ordem Nematocera engloba os dípteros que possuem antenas longas, com mais de seis segmentos livremente articulados, como os mosquitos, borrachudos e flebotomíneos. Em Brachycera estão os dípteros superiores, as moscas, que possuem antenas curtas, de 3 a 5 segmentos. Em geral, apresentam cabeça móvel, com olhos compostos grandes, laterais e que ocupam grande parte da cabeça. Possui o primeiro par de asas membranosas com nervuras mais ou menos ramificadas sendo o segundo par de asas atrofiado, chamados de halteres, tendo função de equilíbrio durante o vôo. Abdome com o primeiro segmento bastante reduzido, fundido ao segundo. Os últimos são transformados em genitália, que nas fêmeas de certos grupos são em forma de tubo. O aparelho bucal é adaptado para picar e sugar ou apenas sugar. Larvas e adultos têm hábitos bastante variados, podendo se desenvolver tanto em meio aquático como terrestre, sendo que as larvas que vivem em meio terrestre se alimentam de matéria orgânica em decomposição, carcaças de animais mortos e excrementos. Já os adultos são geralmente terrestres e polífagos, ou seja, alimentam-se de inúmeras substâncias, podendo ser também hematófagos (somente as fêmeas). A maioria dos dípteros é de vida livre, porém existem espécies parasitas na forma adulta.
Ciclo de vida
São holometábolos (ovo, larva, pupa e adulto) e apresentam reprodução sexuada. Os ovos apresentam formatos variados e, quando em meio líquido, possuem estrutura especial para flutuação. As larvas geralmente são do tipo vermiforme e as pupas podem ser móveis ou imóveis. As descrições dos ciclos de vida de cada grupo serão detalhadas a diante.
Principais Espécies e Danos Causados
Existem dípteros de importância agrícola, médica e veterinária. Do ponto de vista médico, existem os mosquitos sugadores de sangue, que podem ser vetores de doenças como a malária, febre amarela, dengue, encefalite, filariose, etc. A mosca doméstica ao entrar em contato com alimentos, pode vir a transmitir tifo e desenterias, a mosquinha lambe-olhos transmite a conjuntivite. Outra mosca de grande importância, mas que não ocorre no Brasil, é a Tse-tsé, causadora da doença do sono. De importância veterinária, as moscas varejeiras, a mosca-do-berne e a mosca-do-chifre se destacam.
Princiais Espécies
Subordem Brachycera
Mosca doméstica – (Musca domestica)
É a espécie mais conhecida, pode ser encontrada, com maior ou menor frequência, no interior das residências, em quartos, cozinhas, estábulos, granjas, mercados, abatedouros, feiras livres, etc. É de grande interesse médico-sanitário e sua ocorrência, distribuição e predominância nas áreas metropolitanas são fatores de grande importância em saúde pública. Em condições normais de vida, a mosca doméstica pode transmitir agentes patogêncios, como vírus, rickétsias, protozoários, bactérias e ovos de helmintos. Age raramente como hospedeiro intermediário, porém quase sempre atua como transportador mecânico.
Sofre metamorfose completa, passando por 4 estágios de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adulto. Os ovos são deixados em locais escuros (estercos ou matéria orgânica em fermentação), em uma profundidade de 8 a 10 mm. São brancos, brilhantes, de forma alongada e depositados em massa. Cada fêmea pode depositar 120 ovos por postura, podendo haver até 6 posturas. O total de ovos por fêmea varia de 400 a 900 durante toda a vida. Os ovos geralmente demoram de 8 a 24 horas para a eclosão das larvas. Estas, em condições favoráveis, completam seu desenvolvimento de 3 a 7 dias. No final do desenvolvimento abandonam o local e enterram-se no solo para a pupação. Nos últimos dias, as larvas deixam de alimentar-se, endurecem e formam o pupário, dentro do qual se encontra a verdadeira pupa. A fase pupal é de 3 a 6 dias. Logo após a emergência ou até 24 horas após, as fêmeas já copulam e ovopositam cerca de 2 a 20 dias depois. Uma mosca fêmea tem vida normal de 2 a 12 semanas, a longevidade média é de 30 dias.
Mosca dos estábulos – (Stomoxys calcitrans)
É frequentemente confundida com a mosca doméstica, mas se diferencia por apresentar uma probóscide preta brilhante, projetada horizontalmente na frente da cabeça. Possui uma distribuição quase cosmopolita. Ambos os sexos sugam sangue de bois, carneiros, cavalos, porcos, cães e até o homem. Não costuma invadir residências e é encontrada, em grande número, em épocas quentes do ano, atacando animais domésticos.
Cria-se em alfafas, grãos ou farinhas úmidas que se encontram embaixo dos coxos, nos currais. Pilhas de grama cortadas em jardins constituem um bom material para a criação de larvas. Os ovos são depositados em forma de cachos. Cada fêmea produz até 632 ovos, podendo realizar 20 posturas durante a vida. O período de incubação varia de 2 a 5 dias. As larvas completam seu desenvolvimento em 14 a 26 dias e o período pupal varia de 6 a 26 dias. Os ovos começam a ser depositados 18 dias após o adulto emergir do pupário.
Seus ataques podem determinar a perda de sangue e redução de peso dos animais. Apresentam também importância na transmissão mecânica de doenças infectocontagiosas nos animais domésticos e ao homem, como: anemia infecciosa dos equinos, carbúnculo hepático e várias formas de tripanossomoses.
Falsa mosca dos estábulos – (Muscina stabulans)
Cosmopolita, ocorre na Região Neotropical, desde o México até a Patagônia. Penetra em residências e faz postura em alimentos.
Mosca dos chifres – (Haematobia irritans)
Ocorre em todos os estados brasileiros. É semelhante à mosca doméstica, mas de apenas 4 mm de comprimento. Seu principal hospedeiro é o gado bovino. É rara em residências.
Pequena mosca doméstica – (Fannia canicularis)
Cosmopolita e juntamente com a mosca doméstica é uma das espécies mais comuns no interior das residências. Os adultos têm comportamento peculiar, preferindo voar no meio do quarto, pousam em objetos suspensos, tais como fios elétricos e lustres. Cria-se em excrementos humanos e de animais, insetos mortos, matéria orgânica vegetal em decomposição (cebolas, fungos), carnes salgadas, ninhos de pássaros, etc. A importância epidemiológica para o homem ainda é incerta. Em algumas ocasiões foi registrada causando miíases intestinais e urinárias no homem.
Mosca das bicheiras – (Cochliomyia hominivorax)
Ataca aparentemente qualquer animal de sangue quente, causando um tipo de miíase cutânea primária. Qualquer tipo de ferimento, umbigo de animais jovens, aberturas naturais do corpo (narinas, ouvidos, ânus, olhos e boca) podem ser infestados pela larva dessa mosca. A infestação de aberturas naturais ocorre quando há ferimentos ou extrema falta de higiene. Nas regiões tropicais da America, causa ao homem miíases do tipo nasofaringeano.
Mosca varejeira – (Phaenicia cuprina)
Cosmopolita, é importante causadora de miíases em ovelhas. A larva alimenta-se da linfa que atravessa o tecido epidérmico, assim como do tecido necrótico das feridas. Os adultos são encontrados em lixo urbano, frutos caídos e néctar de flores.
Moscas Chrysomya – (Chrysomya spp.)
São vistas em grande número, nos centros urbanos de várias cidades do sudeste brasileiro, em produtos expostos nas feiras livres. Criam-se em grande número nos lixões ao redor das cidades, pocilgas, abatedouros, fossas, sépticas, etc. Podem apresentar grande importância epidemiológica na transmissão de doenças entéricas, poliomielite e parasitas intestinais.
– Família Cuterebridae
Mosca do berne – (Dermatobia hominis)
Causa ao homem e animais miíases dermais, oftalmomiíases, miíases palpebrais, rinomiíases e miíases cerebrais. As lesões podem ser complicadas devido ao ataque de larvas de outras espécies de moscas. A produção de leite e carne do gado doméstico é reduzida pelo ataque dessa mosca. A indústria do couro é prejudicada, pois o couro dos animais infestados não resiste ao tratamento industrial devido às perfurações causadas pelo inseto.
As moscas atingem a maturidade de 1,5 a 4 horas após a emergência do adulto. A fêmea começa a oviposição dentro de uma semana, podendo realizar várias posturas. Os ovos são depositados no corpo de outros insetos que ocupam animais vertebrados de sangue quente e as larvas se desenvolvem cerca de uma semana depois da postura.
Mosquinhas – (várias espécies)
O grupo é muito grande e sua exata identificação só pode ser feita por especialistas. Desenvolvem-se em vários meios, como frutos, carnes, moluscos ou insetos mortos, fungos, carcaças, excrementos, etc. Algumas espécies vivem em ninhos de formigas. A fêmea é atraída pelo cheiro das secreções serosas que exsudam de ferimentos, nestes depositam seus ovos, causando miíases.
Mosquinhas das frutas – (Drosophila spp)
Conhecidas pelos geneticistas, medem 5 mm de comprimento. As larvas de algumas espécies são fungívoras e consideradas pragas de cultura de cogumelos. Na indústria de enlatados de frutas e de outros vegetais, essas mosquinhas podem causar grandes prejuízos econômicos. Grandes concentrações são encontradas próximas às indústrias de tomates, sucos de frutas, etc. Poucas espécies são atraídas por lixo ou frutas maduras, fermentadas ou apodrecidas no interior de residências e mercados. O desenvolvimento larval é muito rápido, de 8 a 12 dias em condições de laboratório.
Mosca do queijo – (Piophila casei)
Mosca preta, muito pequena, com 2,5 a 4 mm de comprimento. As fêmeas depositam seus ovos em carnes e queijos. Nos abatedouros, as larvas se desenvolvem em grande número em carnes preservadas: charques, carnes salgadas, presuntos curados, etc. Nos laticínios e armazéns se cria em queijos e outros alimentos. Os ovos demoram 1 dia para o nascimento das larvas. O ciclo biológico é de 11 a 30 dias. Foram registrados na literatura numerosos casos de miíases intestinais, produzindo intensas cólicas.
Moscas lambe olhos – (Hippelates spp.)
Pequenas, com 1,5 a 2,5 mm de comprimento. São atraídas pelas secreções mucosas, pus, sangue nos olhos de animais e do homem. Algumas são atraídas por feridas expostas de órgãos genitais de animais domésticos.
Cosmopolita, adulto com aparência de abelha. Mede 15 mm de comprimento. As larvas vivem em esgotos, excrementos líquidos, carcaças em decomposição, etc. A presença desta mosca em água estagnada é indício de alto grau de poluição. Vários casos de miíases gastro-intestinais são registrados na literatura. Adultos são florícolas e alimentam-se de pólen.
Criam-se com frequência nos filtros das estações de água e esgotos. Podem ocorrer em grande quantidade nos encanamentos e ralos das residências, chegando a causar desconforto aos habitantes. Algumas espécies causam miíases.
Prevenção
- Colocação de telas em portas e janelas
- Manter o lixo em sacos plásticos ou latas de lixo bem fechadas e sempre limpas
- Manter os alimentos em recipientes tampados
- Remover fezes de animais
- Implantação de esgoto com estações sanitárias
Métodos de controle
Podem ser aplicados produtos químicos, fazendo-se pulverizações de poder residual e utilizando-se aerossóis dentro de residências. São utilizadas também, iscas com poder residual, que possuem um atrativo na sua calda. A impregnação de cordões é feita mergulhando-se os fios na calda inseticida e a seguir são esticados e deixados nos estábulos, celeiros, aviários, etc. As iscas envenenadas são granuladas e possuem um feromônio em sua composição. Podem reduzir a população de moscas em poucas horas, todavia tem curta duração. São utilizados ainda métodos como o tratamento de ração, armadilhas especiais: luminosas, pega-mosca, botijões plásticos, palmatória, garrafas pega-moscas, espirais, saquinhos plásticos com água, placas fumigantes, vela com citronela, etc. A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Moscas
Mosquitos
Principais Espécies e Danos Causados
Pernilongo – Culex quinquefasciatus
Adultos de coloração marrom escura ou clara, asas com escamas escuras. As larvas são aquáticas e apresentam sifão respiratório, que serve para obter o ar na superfície, e posicionam-se perpendicularmente à água, o que as diferencia dos demais gêneros. Se desenvolvem durante o ano todo. As pupas têm o aspecto de vírgula, sendo móveis quando perturbadas. Os ovos são depositados (cerca de 200) em águas poluídas e turvas ou com presença de muita matéria orgânica em decomposição. O ciclo de ovo a adulto varia de 10 a 46 dias. É uma espécie obrigatoriamente de hábitos noturnos e que ocorre durante o ano todo. Pode ser vetor da filariose bancroftiana (elefantíase) para o homem. Essa doença é causada por parasitas (carregados pelo Culex) que se alojam no sistema sanguíneo do homem, causando o inchaço característico. Brasil veiculam também o vírus Oropouche.
Adulto escuro, rajado de branco, com manchas prateadas nas regiões laterais do tórax e abdome e com um desenho branco em forma de lira no escudo. Suas pernas são escuras com anéis brancos. As fêmeas atacam durante o dia, com maior intensidade ao amanhecer e no início do crepúsculo. O número médio de ovos depositados pelas fêmeas é 120. A oviposição é realizada nas paredes úmidas dos volumes de água, preferencialmente acima da superfície líquida. Os ovos são resistentes à dessecação por vários meses. Seus criadouros são recipientes artificiais, como pneus, latas, vidros, calhas e ralos entupidos, pratos de vasos, bromélias, bambus cortados, ocos de árvores, caixas d’água, cisternas ou mesmo lagos artificiais, piscinas e aquários abandonados. O período de incubação dos ovos é de 2 a 3 dias. O desenvolvimento entre ovo e adulto se dá de 7 a 10 dias. Além do incômodo causado, é vetor da febre amarela urbana e dengue.
Semelhante ao A. aegypti, diferenciando-se no desenho do escudo, tendo esta espécie somente uma faixa longitudinal de escamas prateadas. As fêmeas picam preferencialmente ao amanhecer e crepúsculo do dia. Para depositar seus ovos, essa espécie prefere locais que contenham água limpa e parada. Depositam cerca de 80 ovos. O ciclo total de dias leva apenas 6 dias. É de grande importância médica por ser vetor da dengue em áreas rurais, suburbanas e urbanas da África. No Brasil ainda não foi incriminado como vetor da dengue e outros arbovírus, mas pode se tornar uma ponte entre os ciclos silvestres e urbano de febre amarela.
Apresenta asas cobertas por escamas de cores claras e escuras que lhe dá um aspecto manchado e seu corpo mede menos de 1 cm de comprimento. Têm hábitos crepusculares e noturnos e preferem lugares quentes e úmidos. Reproduzem-se em represas, lagos, lagoas, remansos de rios, preferindo águas profundas, límpidas, pobres de matéria orgânica. Na época das chuvas, forma novos criadouros nos alagadiços, escavações e depressões de terreno. Esse mosquito é o agente transmissor da malária.
SOBRE A DENGUE
Além do Aedes aegypti, o mosquito Aedes albopicutus também pode espalhar o vírus, o que é pouco comum, já que ele não frequenta ambientes domésticos como o aegypti. A doença é transmitida apenas pela fêmea do mosquito, que se alimenta de sangue para amadurecer seus ovos. A partir do momento em que pica um humano infectado, ela adquire o vírus e se torna uma fonte de contaminação permanente, transmitindo a todos que picar durante a vida – que dura cerca de 30 dias. Não existe transmissão pelo contato direto entre pessoas, por secreções, fontes de água ou alimentos. Casos de transmissão congênita são extremamente raros. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito da dengue adulto vive em média 45 dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de três a 15 dias para a doença se manifestar, sendo mais comum cinco a seis dias.
Quais são as variações da Dengue?
O vírus da dengue possui quatro variações: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Quando uma pessoa é infectada com um determinado tipo de vírus, cria anticorpos no seu organismo e não irá mais contrair a doença por esse mesmo vírus, mas ainda pode ser infectada pelos outros três tipos. Isso quer dizer que só é possível pegar dengue quatro vezes.
Sintomas
Os principais sintomas são febre alta, geralmente com início súbito, dores musculares e nas articulações, dores de cabeça e também na região dos olhos, garganta e barriga. Fraqueza, náuseas, vômito, diarréia e vermelhidão na pele também são frequentes. A presença e a intensidade dos sintomas variam de acordo com idade da pessoa infectada, sendo que podem ser mais amenos nas crianças. Condições específicas, como a existência de um quadro anterior da doença, hipertensão arterial, diabetes, asma e outras doenças respiratórias crônicas, além de idade avançada, favorecem a evolução do quadro.Por outro lado, nem todas as pessoas infectadas irão apresentam os sinais. Em outros casos, eles se assemelham aos de uma gripe comum.
Dengue clássica
A dengue clássica é a forma mais leve da doença, sendo muitas vezes confundida com a gripe. Tem início súbito e os sintomas podem durar de cinco a sete dias, apresentando sintomas como febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, entre outros.
Dengue hemorrágica
A dengue hemorrágica acontece quando a pessoa infectada com dengue sofre alterações na coagulação sanguínea. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte. No geral, a dengue hemorrágica é mais comum quando a pessoa está sendo infectada pela segunda ou terceira vez. Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica, e somente após o terceiro ou quarto dia surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos. Na dengue hemorrágica, ocorre uma queda na pressão arterial do paciente, podendo gerar tonturas e quedas.
Síndrome do choque da dengue
A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria da dengue, se caracterizando por uma grande queda ou ausência de pressão arterial, acompanhado de inquietação, palidez e perda de consciência. Uma pessoa que sofreu choque por conta da dengue pode sofrer várias complicações neurológicas e cardiorrespiratórias, além de insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não tratada pode levar a óbito.
O que se deve fazer quando percebidos?
Procure auxílio médico de imediato, nunca se automedique
Há vacina para se prevenir contra dengue ou medicamento específico para tratar a doença?
Não existe tratamento específico para dengue, apenas tratamentos que aliviam os sintomas. Deve-se ingerir muito líquido como água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou paracetamol. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.
A principal razão é a existência de quatro vírus diferentes, os tipos 1, 2, 3 e 4, o que dificulta o trabalho. Não adianta disponibilizar uma vacina para apenas o tipo 1 da doença, por exemplo. Isso porque, se a pessoa vacinada contraísse um outro tipo do vírus, poderia ter um quadro ainda mais severo, como acontece nas infecções subsequentes. Assim, a vacina deve imunizar o organismo contra os quatro tipos de uma só vez – e aí está o grande desafio para a ciência. No Brasil, as principais instituições que trabalham no desenvolvimento da vacina são o Instituto Butantan, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, e a Fundação Oswaldo Cruz.
Vacinas contra os diferentes tipos de dengue estão sendo desenvolvidas com vírus vivos atenuados. O tratamento consiste em aliviar os sintomas, basicamente na reposição de líquidos para normalizar a pressão arterial, e na correção das complicações hemorrágicas. Não se dispõe de um tratamento antiviral específico.
Ingerir algum tipo de alimento, bebida ou medicamento afasta o mosquito transmissor?
Até o momento não foram obtidas informações a respeito.
Repelentes são eficazes na proteção contra o Aedes Aegypti?
Existem diversos tipos e sistema repelentes, ajudam muito mas nenhum é 100% eficaz, a melhor forma de combater a dengue é atacar o mosquito em sua fase larval, eliminando os focos de reprodução. Algumas medidas ajudam a afastar o inseto em pequenas áreas e a curto prazo. Pode-se usar inseticidas, embora o Aedes se mostre cada vez mais resistente a eles. Os repelentes apenas afastam os mosquitos, mantendo-os vivos. Além disso, por ser um produto químico, deve-se tomar cuidado com a quantidade usada, principalmente em crianças. E já que os mosquitos tem hábitos diurnos, de nada adianta tomar as medidas apenas durante a noite.
O aedes aegypti prefere algum período do dia para picar humanos?
Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem também durante a noite. A fêmea pica depois do acasalamento porque o sangue tem as proteínas necessárias para que os ovos se desenvolvam. A fêmea do Aedes vive cerca de 45 dias e, nesse período, pode contaminar 300 pessoas. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.
Animais podem contrair o vírus da dengue?
Cães, gatos e pássaros não pegam dengue. O mosquito gosta de seres humanos. Aquários normalmente não são focos do mosquito, pois além de ter água em movimento por causa dos filtros, os peixes são predadores naturais das larvas do mosquito.
Como lidar com recipientes que acumulam água?
A melhor oportunidade para combater o Aedes é durante sua fase larval, e não a adulta. O mosquito põe seus ovos em recipientes artificiais ou naturais que armazenam água, principalmente da chuva, como latas e garrafas vazias, pratos sob vasos de plantas, caixas d’água descobertas, pneus, calhas, bromélias, bambus ou até buracos em árvores. Os ovos não são desovados na lâmina d’água – ficam presos em uma superfície próxima e, quando o nível sobe, eclodem. Seco, um ovo pode sobreviver até um ano. Por isso, não adianta apenas esvaziar os recipientes – os ovos devem ser definitivamente eliminados, o que é feito pelas equipes de combate com produtos químicos. Quanto ao mosquito, o uso em larga escala de inseticidas e a própria fumaça – carros que circulam pelos bairros borrifando inseticida – podem ajudam no combate.
A limpeza é indicada com que periodicidade?
Calhas, ralos, lajes, vasos entre outros pontos de acúmulo de água, devem vistoriadas e limpos semanalmente
Caixas d’água: semestralmente se bem vedas
Vasos: diariamente
Ralos, calhas e lajes: semanalmente e após as chuvas, no dia seguinte
O que mais pode ser feito?
O único modo possível de evitar a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito transmissor. A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença.
Inspeção constante, evite o acúmulo de água em vasos, pneus abandonados, garrafas vazias, calhas e ralos entupidas, jardim bem aparados, lajes secas, caixas d’ águas limpas e bem vedadas.
Qual é o período do ano com maior número de casos da doença?
Verão, principalmente nas épocas de mais umidade e chuva, pois a formação de poças d’água é maior, entretanto havendo água, ele se procria.
A procriação do mosquito da Dengue se dá em águas mais limpas, ao contrário de outras espécies Culicídeas que procriam em água mais sujas.
O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicia a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto.
Que motivos são responsáveis por tal elevação?
O Aedes aegypti desapareceu no Brasil na década de 1950, depois de um extenso trabalho comandado pela Organização Panamericana de Saúde. Mas essa realidade não foi mantida, e o mosquito voltou a se desenvolver no país. Hoje, considera-se praticamente impossível erradicá-lo, levando em conta o elevado crescimento da população, a ocupação desordenada das áreas urbanas, onde o mosquito se desenvolve, e a falta de infra-estrutura dos grandes centros. Além disso, é fundamental para o combate à dengue que as comunidades sejam conscientizadas e o trabalho das equipes na erradicação dos criadouros, intensificados. Os casos de dengue na cidade de São Paulo nos primeiros dois meses do ano são três vezes mais em relação ao número alcançado no mesmo período em 2014.
O que causou tal crescimento?
Presença de chuva, formação de poças d’água, alta temperatura e umidade ao contrário de 2015
Como é feito o trabalho de prevenção em grandes áreas?
Medidas preventivas:
– Jardins bem cuidados e gramado devidamente aparado evitando formação de poças d’água e jardins densos que propiciam a proliferação.
– Evitar a formação de poças e criatórios evitando acúmulo de água nos ralos pluviais, ralos, lajes, reservatórios de água bem vedados entre outros.
– Manter sob regime de contrato empresa de controle de pragas que estará presente periodocamente nas instalações, aplicando produto inseticida e larvicidas em todos os pontos críticos.
– Medidas preventivas, cooperação e compreensão são os melhores aliados
A quem recorrer no caso de dúvidas?
O Ministério da Saúde disponibilizou o telefone 0800-611997 para esclarecer as possíveis dúvidas, mas a recomendação é que cada morador procure a secretaria de Saúde de sua cidade. Em São Paulo, a prefeitura criou o Disque-dengue (0800.772.0988) . Febre chikungunya
Saiba como diferenciar dengue da febre chikungunya
O mesmo mosquito que transmite a dengue, o Aedes Aegypti, é o transmissor de uma doença nova no Brasil, a febre chikungunya, que surgiu na África e vem avançando pela América do Sul. As duas doenças são bastante parecidas. Ambas têm em comum o agente transmissor, o Aedes Aegypti, e os sintomas que são parecidos, bem como o tratamento. A diferença é que a febre chikungunya é de período mais curto e os sintomas hemorrágicos são menos observados, A principal diferença da chikungunya é a sensação de fortes dores nas articulações, com sinais de flogose – vermelhidão, dor, inchaço e calor. As duas doenças são diagnosticadas com exames de laboratório e podem se manifestar em um mesmo paciente.
Dengue x febre chikungunya
No caso da dengue, há mais risco da doença evoluir para a forma hemorrágica, com o aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes. Na chikungunya, após o período de incubação que é em média de três a sete dias, a fase aguda é caracterizada principalmente por febre de início súbito e surgimento de intensa artralgia. Essa fase dura, em média, até sete dias. Os pacientes geralmente apresentam febre elevada de início abrupto, poliartralgia, dor nas costas, cefaleia e fadiga. Outros sinais na fase aguda da chikungunya são calafrios, conjuntivite, faringite, náusea, diarreia, neurite, dor abdominal e vômito.
Prevenção
Tanto na dengue quanto na chikungunya a melhor forma de prevenção é a mesma: combater os focos do mosquito transmissor. A proteção se dá, basicamente, combatendo o vetor, em grande parte um dever da população, dando destino adequado ao lixo doméstico, principalmente vasilhames plásticos. É fundamental não permitir em sua residência locais que sirvam de criadouro para o mosquito, uso de repelentes, inseticidas e mosquiteiros.
Uma vez diagnosticadas por meio de exames, ambas as doenças devem ser tratadas com analgésicos e antitérmicos e hidratação, tanto via oral quando venosa.
Tanto para a dengue quanto para a chikungunya não há vacina nem antiviral específico.
- Colocar telas protetoras em portas e janelas;
- Acondicionar o lixo em sacos plásticos e em recipientes apropriados e devidamente fechados;
- Descartar lixo e materiais que possam acumular água e sirvam de criadouros desses insetos;
- Tratar e limpar periodicamente piscinas, caixas d’água, cisternas etc, mantendo-as bem tampadas;
- Limpar periodicamente calhas e telhados.
Métodos de controle
A constante manutenção dos ambientes utilizando-se as medidas preventivas é a melhor forma de controle de mosquitos. Podem ser utilizados repelentes de mosquitos e se for o caso, larvicidas.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Micropulverização líquida: Aspersão de inseticida emulsionado em solução aquosa em UBV, Ultrabaixo Volume aplicado com equipamentos elétricos ou a combustão em todas áreas externas, internas, jardins e pontos de foc e proliferação, empoçamento de água, etc.
A aplicação neste método além de ter forte efeito de morte imediata “Knockdow” ajuda no efeito residual.
Termonebulização: Aplicação de inseticida solubilizado em solventes orgânicos, mas no estado de névoa fina (fumaça), com efeito, de knockdown (choque) e desalojante, atuando por contato quando já condensado e aspiração ainda no estado de névoa.
A aplicação destina-se depósitos em geral muito carregados onde o acesso líquido torne-se difícil, ou como complemento e coadjuvante em diversos tipos de controle, principalmente em áreas externas, redes de esgotos e depósitos fechados.
Larvicida: Aplicação de larvicida granulado nas áreas de empoçamento de águas tais como, ralos de coleta de águas pluviais ou mesmo de esgoto, quadras, lajes, espelhos d’ água, jardins densos, etc.
Medidas preventivas e corretivas: No controle de insetos alados, é de vital importância, ou seja, instalação de telas, manutenção adequada da rede de coletas de água para evitar empoçamento, jardins bem ventilados e bem podados, entre outros a serem adotados durante o processo de controle.
Mosquitos
Percevejos
Estes insetos praticamente desapareceram a partir da década de 50, quando a utilização de inseticidas de efeito residual, como o DDT, passou a ser uma prática bastante comum e eficaz para seu controle. Entretanto, nos últimos anos a ocorrência de infestações começou a aumentar.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Descrição e biologia
São pequenos insetos de formato oval que medem cerca de 1 cm de comprimento. Possuem coloração castanha avermelhada, corpo achatado e sem asas. Alimentam-se de sangue humano, e como normalmente ficam escondidos durante o dia, picam as pessoas durante a noite. Os adultos, entretanto, conseguem viver um ano sem se alimentar. As camas são os locais mais comuns para esses insetos alojarem-se, alimentarem-se e depositarem seus ovos. Porém podem ser encontrados em poltronas, cadeiras estofadas, fendas nas paredes e molduras e pilhas de roupas.
Percevejo-de-cama
Os percevejos-de-cama são pequenos insetos com formato oval que medem menos de 1 cm de comprimento. Possuem coloração castanho-avermelhada e o corpo achatado, mas não apresentam asas. Alimentam-se de sangue humano, e como normalmente ficam escondidos durante o dia, picam as pessoas durante a noite (hábito noturno), principalmente quando elas estão dormindo. Os percevejos adultos, contudo, conseguem viver até um ano sem se alimentar.
Os percevejos-de-cama praticamente desapareceram a partir da década de 50, quando a utilização de inseticidas de efeito residual, como o DDT, passou a ser uma prática comum e bastante eficaz para o seu controle. Entretanto, nos últimos anos a ocorrência de infestações começou a aumentar após vários anos sem muita alteração. A proibição da utilização do DDT associado ao crescimento das viagens internacionais e ao aumento da densidade populacional com baixas condições sociais na periferia das grandes cidades são as causas mais prováveis para o seu retorno
As camas são os locais mais comuns para esses insetos se alimentarem, se esconderem ou depositarem seus ovos. Além delas eles podem se abrigar em poltronas, cadeiras estofadas, fendas nas paredes e molduras, sob papel de parede, guarnições de portas, tomadas elétricas e pilhas de roupa. Isto significa que praticamente qualquer local escuro e protegido pode se tornar ótima moradia para os percevejos. Põem de 100 a 250 ovos por fêmea. O desenvolvimento, até o estágio adulto realiza-se em aproximadamente 2 meses. Apesar de não transmitirem doenças para o homem, os percevejos causam grande desconforto. As picadas podem causar prurido, inchaço e inflamação, levando à irritação da pele e até a uma infecção. Com o passar do tempo, a exposição constante à saliva injetada durante a sua alimentação pode resultar em uma reação alérgica a picadas em pessoas mais sensíveis.
Os percevejos podem invadir uma residência das formas mais diversas, seja carregando-os para casa em uma mala ou muda de roupa após uma viajem ou comprando móveis usados que contenham uma infestação. Alguns sinais que indicam sua presença são fezes com cor de ferrugem e restos de suas mudas de “pele”, chamadas exúvias, encontradas nos lençóis, no colchão ou em outros locais que apresentem uma colônia. Em casos de infestações sérias, um cheiro doce característico pode ser percebido no ambiente. Quando houver suspeita de infestação, deve-se notificar o caso a autoridades competentes e contatar uma empresa de controle de pragas para que essa realize o controle de forma eficiente.
Ciclo de Vida
As fêmeas podem ovipositar cerca de 500 ovos durante a vida. As posturas são parceladas, sendo que diariamente uma fêmea coloca de 1 a 4 ovos.
Principais Espécies e Danos Causados
Apesar de não transmitirem doenças, causam um grande desconforto ao homem. As picadas causam prurido, inchaço e inflamação, levando à irritação da pele. Com o passar do tempo, a exposição constante à saliva injetada pode resultar uma reação alérgica. Alguns sinais de sua presença são: fezes com cor de ferrugem, restos de suas mudas nos lençóis e no colchão. Em casos de infestações sérias, um cheiro doce característico pode ser percebido no ambiente.
Principais Espécies
Pertencentes à Família Cimicidae, as principais espécies são Cimex lectularius e Cimex hemipterus.
Método de Controle
- Notificar sua presença a alguma autoridade competente;
- Realizar exposição prolongada a temperaturas acima de 49ºC ou abaixo de 0ºC;
- Aspiração de todos os carpetes, móveis estofados e rachaduras na madeira e mofo, descartando todo o resíduo do aspirador em seguida;
- Lavagem dos tecidos atingidos (roupas, roupas de cama etc.);
- Pulverização e expurgo. A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Percevejos
Pombos
Os pombos são de origem Asiática e convivem com o homem há mais de 10 mil anos. São considerados símbolos da paz, porém em áreas urbanas, se transformaram em pragas de grande importância, pelo aumento de sua população, causando incômodo, além de transmitirem doenças. Sua proliferação em ritmo acelerado, ironicamente, tem como principal causador aquele que também é o maior prejudicado por eles, ou seja, o homem. Isso se deve ao costume que muitos têm de jogar alimento aos pombos em praças e outros lugares públicos. Assim, quando ocorre uma infestação por pombos, geralmente se constata que os animais só estão infestando o local porque alguém os alimenta.
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Columbiformes
Descrição e biologia
Sua plumagem geralmente apresenta tons de cinza, com tons mais claros nas asas, cauda riscada de negro e pescoço esverdeado. Porém essa coloração pode variar bastante. O bico é curto e fino. Pesam aproximadamente 370 gr, com 28 cm de comprimento. Apresentam dimorfismo sexual sendo as fêmeas sempre menores que os machos. Alimentam-se geralmente de sementes e grãos, porém no ambiente urbano, podem comer o que estiver disponível, incluindo lixo. Constroem seus ninhos utilizando-se de gravetos, capim ou outros materiais e, preferem locais como blocos de apartamentos com fendas, frestas e balcões, bancadas de ar condicionado, beirais ou parapeitos de janelas e estruturas de galpões. Outra característica dos pombos é que raramente voam para muito longe do local onde costumam pousar. Estão presentes em quase todas as zonas urbanas, com exceção das regiões polares.
Ciclo de vida
Os pombos vivem em média de 3 a 4 anos em ambientes urbanos, podendo chegar até 15 anos em ambientes silvestres. Apresentam hábito monogâmico, ou seja, vivem com o mesmo parceiro o resto da vida. Atingem a maturidade sexual aos 3 meses de vida. A fêmea deposita 1 ou 2 ovos, de 8 a 12 dias após a cópula. Os ovos são incubados por um período de 17 a 19 dias e pode haver 4 a 6 ninhadas por ano.
Prevenção e métodos de controle
São vetores de cerca de 60 doenças, dentre elas gripes, conjuntivites, toxoplasmose, salmoneloses, psitacoses (doença infecciosa que atinge primeiramente os pulmões e posteiormente baço e fígado), criptococose (doença causada por fungos que se desenvolvem em fezes secas, que infecciona os pulmões), coceiras (provocadas pelos piolhos e ácaros que ficam entre suas penas) e dermatites. Também podem provocar outros danos com acúmulo de penas e fezes, causando entupimentos de sistemas de drenagem, instalação de ninhos em sistemas de ar condicionado, bloqueio de calhas de telhado e infiltração no forro, alteração de sistemas de comunicação quando existe acúmulo de fezes em torres de transmissão. Em sua urina e fezes há uma grande concentração de esporos de fungos e ácido úrico, que corroem monumentos de pedra e bronze, destroem pinturas e rebocos de construções, danificam estruturas de concreto e pinturas de automóveis. Além disso, também podem provocar durante o vôo acidentes, porque podem colidir com aeronaves. Essa colisão pode provocar acidentes sérios, pois a força do impacto de uma ave com até 2,5 Kg com um avião em movimento, pode chegar a 5 toneladas, dependendo da velocidade desse avião.
Principal espécie
Família Columbidae
Os pombos que habitam a cidade de São Paulo são descendentes dos pombos-das-rochas – Columba livia livia, originários das regiões rochosas do leste Europeu e norte da África. Foram trazidos para o Brasil como animais de estimação ou aves domésticas, em meados do século XVI. Algumas destas aves se libertaram do cativeiro e conseguiram sobreviver e conviver de maneira selvagem, nas regiões em processo de urbanização. A espécie Columbia livia domestica obteve sucesso nos ambientes urbanos, pois as construções das casas rústicas, muitas vezes de barro e de pedras eram muito semelhantes aos penhascos rochosos do habitat natural das aves. Possuem comportamento gregário, alimentando-se em grupos a procura de grãos e farelos, preferencialmente. Devido à grande capacidade de variação alimentar inerente a esta espécie, em especial em situações de maior competição por alimento (mais de 40 indivíduos por local, provocando duas bicadas por segundo), a preferência alimentar tem apresentado maior diversidade.
Prevenção e métodos de controle
Como o ciclo reprodutivo dos pombos é regulado pela oferta de alimento, diminuir essa oferta é a principal medida a se tomar, conscientizando as pessoas do problema de fornecer alimento aos pombos e esclarecendo sobre os riscos e danos que tal hábito pode provocar.
- Consertar falhas nas estruturas que permitam a nidificação;
- Manejo de resíduos orgânicos: O manejo de rações, guarnições, restos alimentares e o acondicionamento adequado do lixo representam medidas relevantes no controle de pombos;
- Limpeza dos locais infestados: as fezes dos pombos são elementos de alta propagação de microorganismos patogênicos, a limpeza dos locais infestados constitui medida prévia obrigatória em qualquer ação de controle. Recomenda-se o umidecimento das fezes com água, água sanitária ou outro desinfetante, procedendo-se, então, a limpeza e descontaminação do local. O uso de máscara protetora ou pano úmido protegendo as vias respiratórias (boca e nariz) é de extrema importância, pois a inalação de partículas de fezes ressecadas pode induzir a ocorrência de doenças como histoplasmose, criptococose e psitacose. A destinação sanitária dos resíduos é outro passo fundamental de segurança. A finalização do serviço requer a utilização de bactericidas específicos que melhor garantam a descontaminação.
- Emprego de substâncias anticoncepcionais: é um inibidor de reprodução que deve ser aplicado 2 vezes ao ano, por 3 ou mais anos consecutivos, com alimentação sequencial de 10 dias. A primeira alimentação deve ser oferecida na época de queda da taxa de reprodução, em agosto/setembro. O custo é elevado e o fato de não ser específico pode atingir aves não alvo;
- Uso de pombais de reprodução controlada: construção de pombais que funcionam como pontos de concentração e nidificação de pombos, onde os ovos e os ninhos passam a ser destruídos de forma controlada. Os ovos devem ser quebrados a cada 2 semanas, até que a mortalidade natural elimine os adultos. Leva de 3 a 4 anos e deve ser empregada junto a outras medidas de controle;
- Inclinação de superfícies de pouso: modificação física de superfícies de pouso, quanto ao ângulo de inclinação, tornando-as instáveis ao pouso dos pombos que se sentem ameaçados nesta situação de declive;
- Emprego de acessórios desestabilizadores de pouso: podem ser espículas, molas ou fios de nylon, que ao serem instalados nas superfícies de pouso causam uma sensação de instabilidade para os pombos, provocando seu afastamento. Devem ser instalados ao longo das superfícies e quando estas forem muito largas, recomenda-se o uso de 2 ou 3 fileiras destes dispositivos. Em pequenas áreas (por ex. parapeitos de janelas), as espículas podem ser substituídas pela planta conhecida como “Coroa de Cristo”, que afasta os pombos de modo similar. A fixação artesanal de pregos com as pontas voltadas para cima e próximos uns aos outros podem surtir resultado em áreas limitadas. No caso dos fios de nylon, pode-se optar pelo uso de fios de pescaria, presos nas extremidades por um prego. Os fios devem estar tencionados a 10 cm da superfície e afastados 3 cm entre si. Estes acessórios podem ser empregados em calhas de prédios, parapeitos, beirais e quaisquer outras superfícies a critério da situação encontrada;
- Vedação de espaços: vedação de vãos de acesso em forros de telhado, saídas de tubulações de serviço e outros espaços, utilizando-se telas, tapumes ou argamassa, conforme a característica do local. Os aparelhos de ar condicionado podem ser recobertos com redes de poliuretano em sua parte externa, para evitar a nidificação de pombos nos vãos. Estas redes são praticamente invisíveis, podendo ser utilizadas em janelas de prédios históricos, para prevenir a entrada de pombos. As telas de arame galvanizado de ¾ de polegada têm maior resistência e vida útil do que as telas de plástico, sendo de custo mais elevado;
- Emprego de elementos assustadores: os elementos assustadores podem ser de 2 tipos: assustadores visuais e assustadores auditivos: Assustadores visuais: significa o emprego de manequins de predadores e de estruturas refletoras. O emprego de manequins de corujas, falcões ou outras aves de rapina, que são predadores biológicos naturais dos pombos, desencorajam sua aproximação, desempenhando a função de espantalhos. As estruturas refletoras de luz solar, como espelhos e fitas metálicas e luzes estroboscópicas causam um incômodo visual nos pombos, afastando-os dos locais. É importante esclarecer que as aves habituam-se rapidamente às técnicas de susto. Assustadores auditivos: emprego de sons que afugentam os pombos, como explosão de fogos de artifício, chacoalhar de estruturas metálicas (latões, panelas), ultra-som, sons miméticos de predadores, ou tiros de ar comprimido são medidas de efeito bastante transitórios;
- Persuasão do pouso por substâncias repelentes: emprego de substâncias atóxicas, sem adição de praguicidas ou repelentes químicos, que têm a função de inibir o pouso dos pombos, por causar repelência por irritação de contato. Estas substâncias são em forma de gel, podendo funcionar por períodos determinados pelas características do ambiente. O gel repelente é bastante indicado para parapeitos, vãos de acesso, locais de pouso em fachadas de prédios, grades de aparelho de ar condicionado, estruturas arquitetônicas de alto relevo de prédios de construção antiga e outros;
- Emprego de cercas eletrificadas: instalação de arame eletrificado como barreira de contenção da invasão de pombos. É uma medida de controle de alto custo, que requer instalação e manutenção profissional especializada. A carga elétrica deve caracterizar-se por uma alta voltagem associada a uma baixa amperagem, visando o afastamento dos pombos por choque elétrico, mas sem sacrifícios da espécie. As cercas elétricas são indicadas somente para áreas afastadas da população humana, pelos riscos de choque;
- Captura por armadilhas: utiliza armadilhas específicas para captura de aves, tendo como iscas grãos quebrados (trigo ou milho) e 1 a 3 pombos que estimulem a aproximação e eficiência de captura.
Pombos
Pulgas
As pulgas são ectoparasitas de aves e, principalmente, mamíferos e causam bastante incômodo ao homem quando infestam o ambiente. Existem cerca de 2.500 espécies de pulgas em todo o mundo, distribuídas em 16 famílias.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Siphonaptera
Descrição e biologia
Medem de 1 a 6 mm de comprimento, corpo comprimido (achatado lateralmente), facilitando sua locomoção entre os pelos do hospedeiro. Apresentam coloração marrom avermelhada. Cabeça curta, não destacada do corpo, antenas curtas e olhos reduzidos ou ausentes. Asas ausentes e pernas adaptadas para movimentos rápidos e saltos a longas distâncias. Preferem ambientes úmidos e não muito quentes. Alimentam-se do sangue do hospedeiro e, somente os adultos sugam o sangue. As larvas alimentam-se de sangue seco e resíduos em geral eliminado pelas pulgas adultas no ambiente. Uma pulga alimentada vive até 500 dias e sem alimento, até 125 dias.
Ciclo de vida
A reprodução das pulgas é sexuada. São holometábolos, ou seja, seu ciclo de vida compreende as fases de ovo, larva (3 ínstares), pupa e adulto. As fêmeas colocam de 300 a 400 ovos e somente após a sucção de sangue. Esses ovos podem ser depositados no hospedeiro, ninho ou chão e eclodem após 2 a 16 dias. O período larval dura de 12 a 30 dias; formam um casulo pegajoso, onde se transformam em pupa do tipo livre (ficam aderidas ao ambiente). Após 7 a 10 dias, emerge o adulto.
Principais Espécies e Danos Causados
Além do desconforto ao homem e seus animais domésticos, as pulgas também transmitem viroses, vermes e doenças causadas por bactérias (peste bubônica, tularemia e salmonelose), pois podem variar de hospedeiro. Podem ocorrer grandes infestações, pois as larvas escondem-se em locais protegidos da luz como frestas de assoalhos, sob almofadas de poltronas e sofás, bordas de colchões, base de tapetes e carpetes, etc.
Principais espécies:
Pulga do rato – (Xenopsylla cheopis)
Tem como principal hospedeiro o rato urbano. Também pode atacar outros mamíferos e o homem. Principal transmissora do agente da Peste Bubônica, doença epidêmica contagiosa, causando manchas escuras na pele e hemorragias internas.
Pulga do cão – (Ctenocephalides canis)
Pulga de cães e gatos, também podendo picar o rato, outros animais e o homem. Comum em regiões de clima frio. Sua principal característica é possuir uma sutura (prega) dupla no segundo segmento do terceiro par de pernas.
Pulga do gato – (Ctenocephalides felis)
Também ataca ao homem e vários outros animais. Capaz de transmitir doenças ao homem, além de provocar alergias. Mais comum em regiões de clima quente.
Pulga do homem – (Pulex irritans)
Pode sugar outros hospedeiros como suínos, cães e gatos e, raramente, ratos. Sua ocorrência é maior em casas muito velhas. Era a espécie principal do homem por habitar principalmente seus ambientes, mas está quase totalmente erradicada.
Bicho de pé – (Tunga penetrans)
Comum nas zonas rurais. A fêmea fecundada penetra na pele do homem e outros animais, causando forte coceira e ulceração. Adquire-se andando em áreas infestadas como currais, chiqueiros e praias, sem a devida proteção.
Prevenção
- Manter sempre limpo o local onde seu animal dorme, removendo e lavando todos os objetos (panos, cobertores, etc.) uma vez por semana;
- Em ambientes com piso de tacos ou tábuas, todos os vãos existentes devem ser calafetados, uma vez que podem servir de abrigo para pulgas no ambiente;
- Tapetes carpetes e capachos devem ser aspirados para a remoção dos ovos, larvas, casulos e adultos de pulgas, descartando o saco do aspirador em seguida;
- As casas devem ser limpas pelo menos uma vez por semana, com o auxílio de um aspirador de pó. IMPORTANTE: Descarte o filtro do aspirador após a limpeza, pois as larvas das pulgas podem eclodir dos ovos coletados pelo aspirador ou pulgas adultas podem emergir de suas pupas e re-infestar o ambiente. O filtro deve ser colocado em um saco plástico, aplicando-se inseticida de uso doméstico e descartado fora da estrutura;
- Pode a grama e faça a limpeza periódica de quintais e jardins para evitar ambientes úmidos e adequados para o desenvolvimento das larvas;
- Faça o controle de roedores no terreno da residência, pois estes são hospedeiros de pulgas que transmitem doenças.
Métodos de controle
O controle da pulga em casa começa com o tratamento do animal, tratando-se então a casa e os locais onde vive e circula o animal. Ambas as etapas têm que ser executadas juntas, ou ao menos o animal de estimação deve ser tratado primeiramente, seguindo recomendação do médico veterinário.
Mantenha a casa limpa e aspirada. Isso ajuda remover os ovos algumas larvas. O controle efetivo é feito através da lavagem dos tapetes, visto que as larvas e adultos de pulgas se afogam facilmente ou ainda, através da aplicação de inseticidas específicos.
Utiliza-se a pulverização completa em toda a área infestada, de preferência em duas etapas. Como os produtos normais fazem efeito somente nas fases larval e adulta sugere-se o prazo de 15 dias entre as 2 aplicações para obter-se melhor resultado, evitando formas de resistência. Essa aplicação deverá ser direcionada a frestas de móveis, cantos e frestas de rodapés e pisos de assoalho ou taco e no dormitório dos animais de estimação. Nos animais utilizam-se xampus, talcos e sprays apropriados.
Para a área externa (quintal e gramados) pode-se pulverizar inseticidas ou simplesmente molhá-la bem, já que as larvas da pulga são afogadas facilmente.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Pulgas
Ratos
A família Muridae é a maior dos mamíferos, com cerca de 600 espécies. Entre as espécies que causam prejuízos ao homem (domiciliares), podemos destacar as ratazanas, o rato-preto e os camundongos.
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Descrição e biologia
Os ratos têm hábitos noturnos, expondo-se à luz do dia somente quando sua população aumenta muito e há insuficiência de alimento. Na falta de alimento, possui mecanismos que limitam a população: baixa da fertilidade e fecundidade das fêmeas, supressão de cios, canibalismo, dentre outros. O canibalismo é prática comum numa colônia de ratos, ocorrendo com o intuito de eliminar ratos doentes ou machucados ou mesmo filhotes de outras colônias. Assim, os ratos não admitem que outro penetre seu território, combatendo-o de forma feroz.
Seus órgãos sensoriais são bastante desenvolvidos, porém, enxergam mal, não percebem cores, apenas variações entre claro e escuro. São onívoros com preferência por alimentos gordurosos, consumindo por volta de 20 a 30 g/dia e bebem de 15 a 30 ml de água por dia. Além de ágeis, são ótimos nadadores, permanecendo bom tempo submerso. Geralmente, habita terrenos sujos e abandonados, redes de esgoto, margens de córregos, depósitos de lixo e afins, ou ainda tocas e buracos no solo.
Ciclo de vida
Pode variar conforme espécie. Atingem a maturidade sexual aos 3 meses e, geralmente, logo após o desmame, que ocorre aos 21 dias, já nasce outra ninhada.
Ratos
Traças
As traças podem ser consideradas importantes pragas em áreas urbanas, pois infestam roupas, papéis, tapeçarias, estofados, livros, frutas secas, grãos ou outros alimentos armazenados e muitos outros produtos manufaturados ou não. São conhecidas duas ordens: o grupo formado pelas traças dos livros ou traças prateadas pertencentes à Ordem Thysanura e o grupo formado pelas traças das roupas e as traças de produtos armazenados, pertencentes à Ordem Lepidoptera.
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Thysanura e Lepidoptera
Ordem Thysanura
– Família Lepismatidae
São conhecidas como traças de livros ou prateadas. Seu aspecto lembra um peixe prateado, daí um de seus nomes em inglês ser “silverfish”.
Descrição geral
Não apresentam asas, possuem tamanho entre 0,85 a 1,3 cm, corpo de coloração cinza prateada, alongado e achatado dorso ventralmente, com 3 filamentos caudais e aparelho bucal mastigador. São ápteros. Alimentam de matéria orgânica vegetal, e substâncias ricas em proteínas, açúcar ou amido, assim em residências, atacam cereais, farinhas de trigo (úmidas), papéis que contenham cola (papel de parede, livros encadernados em brochura, etc), e alguns tecidos, raramente atacam roupas de lã e outros produtos de origem animal. Possuem hábitos principalmente noturnos, vivendo em ambientes úmidos e escuros. Escondem-se em frestas de móveis, armários, rodapés e caixas.
Ciclo de vida
Apresentam reprodução sexuada e desenvolvimento ametabólico, ou seja, a fase jovem diferencia-se da adulta apenas pelo tamanho e maturidade sexual. Dependendo da espécie e clima, os ovos eclodem em aproximadamente 10 a 60 dias e a fase jovem para a adulta demora em média 2 a 3 meses, sendo o ciclo de vida completo dura cerca de 1 ano e as formas adultas vivem mais de 4 anos.
Principais danos causados
Algumas espécies frequentam o ambiente doméstico e podem ocasionar danos a livros e outros materiais. Algumas traças adaptaram-se muito bem ao ambiente urbano, sendo consideradas importantes pragas domiciliares, como a espécie Lepisma saccharina. Em museus, bibliotecas, tecelagens, supermercados, hotéis e em muitos outros estabelecimentos comerciais, as traças devem ser monitoradas com rigor, evitando-se infestações severas e danos significativos. Outras espécies também encontradas no Brasil são a Acrotelsa collaris e Ctenolepisma ciliata.
Ordem Lepitoptera
– Família Tineidae
É a ordem das borboletas e mariposas. As traças pertencentes à ordem Lepidoptera são representadas pelas traças das roupas e as traças de produtos armazenados. São microlepidópteros, ou seja, pequenas mariposas. O gênero Tineola o de maior importância econômica em áreas urbanas.
Descrição geral
Suas asas são estreitas e acuminadas, voam pouco e não são atraídas pela luz como a maioria das mariposas. Sua coloração é clara, medindo aproximadamente 1,2 a 1,5 cm. Apresentam tufos de pelos de coloração avermelhada na cabeça e antenas mais escuras do que o restante do corpo. As larvas são de coloração esbranquiçada com cabeça escurecida e, no caso da espécie Tineola uterella (a espécie mais comum), tecem um casulo com a aparência de um estojo chato em forma de losango, aberto em ambas extremidades, que se desloca pelas paredes das residências e, enquanto se alimentam, podem ficar parcialmente cobertas por ele. A alimentação consiste de lã, penas, pelos, cabelo, couro, poeira, papel e ocasionalmente de algodão, linho, seda e fibras sintéticas. Roupas usadas sujas de bebidas, alimentos, suor ou urina, além daquelas guardadas por muito tempo são as mais atacadas.
Ciclo de vida
Desenvolvimento é holometábolo (ovo, larva, pupa e adulto). Sua reprodução é sexuada e as fêmeas depositam 40 a 50 ovos em média, num período de 2 a 3 semanas, morrendo logo após a postura. Os ovos possuem uma secreção adesiva e ficam aderidos às fibras dos tecidos das roupas, eclodindo após 4 a 10 dias conforme espécie. As larvas sofrem de 5 a 45 mudas, dependendo da temperatura ambiente e do tipo de alimento disponível e esse estagio pode durar de 35 a 87 dias conforme espécie. O período de pupa dura cerca 8 a 40 dias e a fase adulta cerca de 4 a 30 dias dependendo da espécie.
Principais danos causados
As espécies mais comumente encontradas no ambiente doméstico são a Tineola uterela e a T. bisselieta. Essas traças causam estragos consideráveis em peças de lã, tapetes, alguns tecidos, peles, pelos, etc.
- Evitar o acúmulo de papéis velhos, mantendo livros e revistas em locais limpos e bem arejados;
- Evitar a entrada de objetos em caixas provenientes de locais infestados por traças;
- Aspirar bem frestas e rodapés, pois são locais que servem de abrigo às traças;
- Manter estantes, gavetas, armários e gabinetes sempre limpos e arejados;
- Inspecionar periodicamente tapetes, roupas e outros objetos que sirvam de fonte de alimento, mantendo-os bem limpos e livres de umidade;
- Roupas atacadas podem ser colocadas em sacos plásticos e depositadas em freezer por 24 horas para que ovos e larvas sejam mortos
Métodos de controle
A melhor forma de controle é o monitoramento constante nos locais propícios ao desenvolvimento das traças.
Em caso de infestações severas faz-se a pulverização superficial, seguida de micropulverização ou termonebulização. A termonebulização usada como complemento ajuda a desalojar e eliminar focos oriundos de locais de difícil acesso.
A utilização do MIP é recomendada para melhores resultados.
Traças
Vespas
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Descrição e biologia
São várias as espécies, porém a mais conhecida é o marimbondo-caçador, também conhecido como vespão. Os adultos alimentam-se de néctar das plantas e picam dolorosamente. Há marimbondos (vespas) solitários, facilmente reconhecidos pela coloração preta com manchas amarelas. Há espécies sociais que fazem ninhos em locais abertos, presos a galhos, sob telhados ou qualquer outro local protegido. Algumas espécies constroem seus ninhos no chão.
As operárias alimentam as larvas com proteína animal (geralmente insetos). Os adultos alimentam-se de néctar obtido das flores. Fabricam seus ninhos de papelão cinza, fabricado com fibras obtidas de madeira decomposta.
Vespas
A
AGUILHÃO: o mesmo que ferrão.
ALADOS: indivíduos que possuem asas.
ÁLCALIS: nome dado às bases (pH básico).
ALICERCE: parte maciça da alvenaria que serve de base às paredes de um edifício.
AMETABÓLICO: termo aplicado aos insetos que não sofrem metamorfose durante seu ciclo de vida.
ANÔMALOS: irregulares, com algum defeito.
ÁPTEROS: indivíduos desprovidos de asas.
ARACNÍDEOS: classe do reino animal, aonde estão inclusos as aranhas, os escorpiões, os pseudo-escorpiões, escorpiões-vinagre, solpúgidos, carrapatos, ácaros e alguns grupos obscuros.
ARTRÓPODES: Animais invertebrados com membros articulados.
B
BULBO COPULADOR: órgão de cópula presente nos machos das aranhas.
C
CARAPAÇA: Revestimento córneo, quitinoso ou calcário, que protege o corpo ou parte do corpo de diversos animais, como nas tartarugas e crustáceos.
CASTAS: classe social, geração.
CASULO: casca ou revestimento protetor de uma massa de ovos, larva ou pupa. Em alguns casos pode ser até mesmo de um animal adulto.
CEFALOTORAX: divisão do corpo em que a cabeça está unida ao tórax.
COLEÓPTEROS: uma das ordens pertencentes à classe dos insetos, formada pelos besouros.
COLÔNIA: grupo de organismos da mesma espécie que vivem juntos.
D
DIMORFISMO SEXUAL: sexo sob duas formas distintas.
E
ECDISES: processo de troca do exoesqueleto em artrópodes e de pele em alguns vertebrados.
ECLOSÃO: desabrochamento, desenvolvimento.
ECOLOCALIZAÇÃO: Sentido de orientação de alguns animais, como golfinhos e morcegos, que emitem sons de alta frequência, inaudível ao homem e, ao esbarrar em algum objeto, retornam sob a forma de eco.
ECTOPARASITOS: parasitas que vivem no exterior de seu hospedeiro.
ÉLITROS: nome dado à compacta estrutura que envolve a parte superior de alguns insetos, como por exemplo, dos besouros (muitos consideram como carapaça).
ESPÍCULA: espeto utilizado para repelir pombos.
ESPOROS: célula dentro de um envoltório resistente, capaz de desenvolver-se independentemente em um novo indivíduo.
EXPURGO: tratamento a gás em ambiente fechado ou através da instalação de tendas plásticas específicas para este fim. São empregados defensivos conhecidos como fumigantes.
F
FECALÓIDE: relacionado às fezes, excrementos.
FEROMÔNIOS: sinais químicos transmitidos entre membros de uma mesma espécie e que podem influenciar o desenvolvimento ou o comportamento.
FRUGÍVOROS: que se alimentam de frutos.
FOLÍVOROS: quem se alimentam de folhas.
FORRAGEAMENTO: espaço percorrido por cupins subterrâneos por um substrato, geralmente dentro de túneis externos, por eles mesmos construído.
G
GÁSTER: “abdômen” (como por exemplo, referindo-se ao da formiga cortadeira)
H
HABITAT: lugar de habitação natural ou rural de um indivíduo ou grupo de organismos.
HALOGÊNIOS: elementos químicos não metabólicos, cuja família compõe o grupo VIIa da tabela periódica. Apresentam comportamento químico parecidos e formam compostos com propriedades semelhantes. São eles: flúor, cloro, bromo, iodo e astato. Todos produzem sais de sódio e entre os mais conhecidos está o sal de cozinha.
HEMATÓFAGOS: que se alimentam de sangue.
HEMOLINFA: Equivalente ao sangue dos insetos.
HEMIMETABOLIA: Metamorfose de desenvolvimento gradual com fases de ovo, ninfa e adulto.
HERMAFRODITAS: animais que apresentam tanto aparelho reprodutor masculino, como feminino.
HOLOMETABÓLICA: desenvolvimento dos insetos com fases de ovo – larva – pupa – adulto.
HOSPEDEIRO: organismo que abriga outro como parasita.
HÚMUS: espécie de adubo orgânico muito rico em nutrientes, resultado da transformação da matéria orgânica do solo, realizada pelas minhocas; nada mais é que o excremento das minhocas.
I
IMERSÃO: mergulhar, afundar em líquido.
INSETÍVOROS: quem se alimentam de insetos.
K
KNOCK-DOWN: efeito “choque” na aplicação de um determinado produto sobre uma praga.
L
LEPIDÓPTERA: pertencente à classe dos insetos, esta é uma ordem formada por mariposas e borboletas.
M
MESOSSOMA: pré-abdomem.
MOLUSCO: pertencentes ao reino animal, este filo compreende animais de corpo mole, com diferentes classes possuidoras de hábitos distintos.
MORFOLÓGICOS: forma de órgãos e organismos.
MUDA: eliminação de revestimento externo do corpo (exoesqueleto, cutícula, escamas, penas ou pêlos).
N
NECROSE: morte de células, de tecidos ou até mesmo de parte de um órgão, devido à infecção ou alterações na irrigação sanguínea.
NECTARÍVOROS: que se alimentam de néctar.
O
OLHOS COMPOSTOS: formado por várias unidades visuais, chamadas omatídeos, formando uma imagem em mosaico.
ONÍVOROS: indivíduos que se alimentam de substâncias animais e vegetais diversas.
OPISTOSSOMA: parte do corpo da aranha aonde realiza as tarefas vegetativas: digestão, circulação, respiração, excreção, reprodução, e produção da seda.
OOTECA: invólucro protetor para o conjunto de ovos.
P
PALPOS: parte ou apêndice que se projeta, freqüentemente sensitivo, na cabeça ou perto da boca em alguns invertebrados.
PATERNOGÊNESE: quando os óvulos se desenvolvem, gerando filhotes, sem necessidade de fecundação.
PATOGÊNICO: indivíduo causador ou produtor de doenças.
PEDIPALPOS: ordem de aracnídeos de abdome segmentado, unido ao cefalotórax por um pedúnculo muito delgado e cujas patas do 1º par são muito compridas e terminadas por garras.
PERÓXIDO: óxido em que existem dois átomos de oxigênio diretamente ligados.
PESTE BUBÔNICA: também conhecida como peste negra, é uma doença transmitida pela bactéria Yersinia pestis, transmitida pela pulga do rato.
PECTEN: espécie de bivalves.
PISCÍVOROS: indivíduos que se alimentam de peixes.
POLINÍVOROS: indivíduos que se alimentam de pólen e também acabam por auxiliar na polinização.
PROSSOMA: parte do corpo da aranha onde concentram-se as atividades de locomoção, alimentação, percepção do meio, e sistema nervoso.
PUPA: larva em casulo (tecido por ela) a sofrer metamorfose.
Q
QUELÍCERAS: apêndices anteriores dos aracnídeos.
QUIRÓPTEROS: ordem pertencente ao reino animal e à classe dos mamíferos, aonde estão presentes os morcegos.
R
RANÍVOROS:ndivíduos que comem rãs, como por exemplo, os morcegos.
REVOADAS: vôo nupcial de alguns insetos sociais.
RIQUÉTSIAS: gênero de bactérias que são carregados como parasitas por vários carrapatos, pulgas, piolhos e causam doenças tais como “tifo” em seres humanos.
RICKETTSIAS: pequenas bactérias que, obrigatoriamente, atuam como parasitas intracelulares.
S
SALMONELOSE: intoxicação alimentar causada pela bactéria Salmonella entérica. Causa diarréia intensa e outros sintomas abdominais.
SIFONÁPTEROS: indivíduos da classe dos insetos. São as pulgas (parasitos externos que se alimentam do sangue dos mamíferos e aves), bicho-de-pé.
T
TENSOATIVO: substâncias que diminuem a tensão superficial ou influenciam a superfície de contato entre dois líquidos.
TRAGO: apêndice membranoso presente em alguns morcegos, ereto, variável na forma e tamanho, situado próximo à abertura do conduto auditivo.
TROFALOXIA: forma de alimentação que ocorre boca à boca.
X
XILÓFAGOS: indivíduos que se alimentam de celulose e seus derivados.
Problemas com pragas?
Nós podemos te ajudar!